A China proibiu humilhações públicas de supostos criminosos em 2010
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A China proibiu humilhações públicas de supostos criminosos em 2010, após décadas de campanhas de ativistas de direitos humanos, mas alguns governos locais retomaram as práticas na luta contra a Covid.
Fotos e um vídeo divulgados pelo jornal estatal Guangxi News mostram quatro suspeitos com máscaras e trajes de proteção desfilando diante de uma multidão na terça-feira (28) na cidade de Jingxi, na fronteira com o Vietnã.
Cada suspeito era escoltado por dois policiais, usando escudos, máscaras e trajes de proteção, e o grupo estava cercado por vários agentes antidistúrbios, alguns deles armados.
Os quatro homens foram acusados de transportar migrantes do Vietnã para a China, em um momento em que praticamente todas as fronteiras chinesas estão fechadas devido à pandemia, informou o jornal.
O desfile pelas ruas é parte de uma série de medidas disciplinares anunciadas em agosto pelo governo de Jingxi para punir aqueles que não respeitam as medidas restritivas para impedir a propagação da covid.
O Guangxi News afirmou que o desfile apresenta "uma advertência real" e "desencoraja crimes na fronteira".
Mas o castigo provocou controvérsia, com críticas nas redes sociais e até de parte da imprensa oficial.
O jornal Beijing News, vinculado ao Partido Comunista, foi um dos que condenaram o castigo. Segundo a publicação, embora Jingxi esteja sob grande pressão para evitar a importação de casos do coronavírus, "a medida viola gravemente o espírito do Estado de direito e não pode ser permitido que aconteça de novo".
Outros suspeitos de contrabando e tráfico de pessoas sofreram humilhações públicas nos últimos meses, de acordo com informações do site do governo de Jingxi.
Vídeos de um desfile similar em novembro mostraram uma multidão observando dois prisioneiros enquanto policiais liam seus crimes com um microfone e, em agosto, dezenas de policiais armados carregaram um suspeito pelas ruas até um parque infantil.
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