O âncora da CNN foi suspenso pela emissora americana nesta terça-feira (30), segundo o jornal The New York Times
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após novas evidências apontarem um envolvimento maior de Chris Cuomo na estratégia do seu irmão Andrew Cuomo, ex-governador de Nova York, para reagir a denúncias de assédio sexual, o âncora da CNN foi suspenso pela emissora americana nesta terça-feira (30), segundo o jornal The New York Times.
Os materiais inéditos, que incluem cópias de mensagens de texto e emails, bem como depoimentos dos assessores mais próximos do democrata, transcritos, e do ex-governador, em vídeo, vieram à tona nesta segunda (29). Eles basearam o relatório divulgado em agosto pela procuradora-geral do estado, Letitia James, que mostra que o democrata assediou sexualmente 11 mulheres. Uma semana depois, Cuomo renunciou.
Segundo comunicado da emissora divulgado pelo New York Times, "os documentos, sobre os quais não tínhamos conhecimento antes de sua divulgação ao público, levantam sérias questões".
"Quando Chris admitiu para nós que aconselhou a equipe de seu irmão, ele quebrou nossas negras e reconhecemos isso publicamente", continua o texto. "Mas também avaliamos a posição única na qual ele se encontrava e entendemos sua necessidade de colocar a família em primeiro lugar, e o trabalho, em segundo."
A CNN afirma ainda que, como os documentos apontam um grau de envolvimento maior do que era sabido, decidiu suspender seu âncora por tempo indeterminado.
De acordo com o material divulgado, o âncora da CNN insistiu que nunca manipulou a cobertura ou fez sugestões a outros jornalistas para beneficiar seu irmão em depoimento aos investigadores. Aos espectadores disse ter agido apenas como um irmão para "ouvir e dar conselho", orientando o democrata a dizer a verdade, qualquer que fosse, e eventualmente a renunciar.
As trocas de mensagens que constam no material, no entanto, apontam um papel maior.
Devido ao acesso que ele tem a diversas fontes dentro e fora da imprensa americana, o jornalista foi acionado pela ex-assessora Melissa DeRosa –que deixou o cargo dois dias antes de Cuomo– enquanto ela tentava controlar, no início de março, os jornalistas que investigavam as histórias de assédio. "Pode deixar", foi a resposta de Chris Cuomo, de acordo com o jornal americano.
Dias depois, ela voltou a escrever para ele após saber que um repórter da revista The New Yorker se preparava para publicar uma reportagem, pedindo que o âncora da CNN checasse a informação.
Ainda em março, o jornalista também procurou DeRosa por mensagem de texto, dizendo-se em "pânico" devido à forma com que a equipe de seu irmão estava lidando com as acusações e pediu para ajudar na preparação de Andrew Cuomo antes de redigir declarações propostas para o então governador ler.
Ele também pediu para que a assessora confiasse nele e insistiu para que parassem de esconder detalhes. "Estamos cometendo erros que não podemos [cometer]", escreveu a certa altura, segundo o jornal.
Chris Cuomo ainda procurou a ex-assessora depois de uma reportagem do New York Times sobre um assédio cometido em um casamento. O jornalista escreveu para DeRosa dizendo ter uma pista de que a mulher estaria agindo para ferir a imagem do ex-governador –o que não era verdade, segundo ele mesmo admitiu aos investigadores.
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