Bolsonaro voltou a afirmar que a sociedade está "pagando o preço" por causa da "política de fecha tudo, a economia vemos depois"
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar as medidas de restrição ao contato social para impedir a transmissão da covid-19, citou suposta interferência de outros Poderes na condução do enfrentamento da pandemia por parte do governo federal e atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. Bolsonaro discursou durante evento na Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Gaslub, novo nome do Comperj, refinaria da Petrobras em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, na manhã desta segunda-feira, 31.
"No mundo todo, quem parte para a ditadura é o chefe do Executivo. Aqui é o contrário, é o chefe do Executivo quem resiste. E é responsabilizado por tudo. Estamos há dois anos com a pandemia, quando tiraram meu direito de gerir. Lamentamos as mortes por covid-19, mas a vida continua", afirmou Bolsonaro no discurso, que foi acompanhado apenas por convidados, sem presença da imprensa, mas transmitido ao vivo pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), por meio de uma rede social.
Bolsonaro voltou a afirmar que a sociedade está "pagando o preço" por causa da "política de fecha tudo, a economia vemos depois". "O mundo todo pagando o preço", disse Bolsonaro, citando a escalada dos preços da energia elétrica como exemplo de efeitos negativos do enfrentamento da covid-19, em vários países. Segundo o presidente, a inflação da energia elétrica "passou de 200%" na Europa.
"Na Europa, se houver guerra ao Nordeste, pode faltar gás. A consequência? Muita gente morrendo de frio", afirmou Bolsonaro, numa referência à possível invasão da Ucrânia por forças da Rússia.
No contexto da escassez e encarecimento da energia em todo o mundo, o presidente destacou a importância de os países buscarem a autossuficiência energética. Segundo Bolsonaro, uma preocupação do governo federal "é buscar energia, se não, tudo pode piorar". "E a Petrobras é a empresa que pode buscar isso", disse o presidente.
Bolsonaro aproveitou a menção à petroleira estatal para criticar o ex-presidente Lula e o PT. Conforme o presidente, o governo buscar mostrar o que foi a Petrobras até 2015 e o que é de 2019 para cá. "Não influenciei a escolha de nenhum diretor", disse Bolsonaro.
Segundo o presidente, numa eventual volta do PT ao governo federal, caso Lula confirme o favoritismo apontando pelas pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro, voltaria a prática de aceitar indicações de partidos políticos para o preenchimento de cargos das estatais e dos ministérios. Seria o oposto do que supostamente faz o governo Bolsonaro, que faria escolhas sem indicações partidárias, como no caso do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que também participou da cerimônia no Rio.
"Alguém acha que em governos do PT o Tarcísio seria ministro?", questionou Bolsonaro, embora o atual ministro tenha assumido cargos de confiança nos governos do PT. "Alguém acha que se o cara voltar, o (ex-ministro) José Dirceu não vai pra Casa Civil? Que a Dilma não vai para a Defesa? Ela é mandona. E os demais ministérios seriam rateados entre os partidos novamente, ou não seriam?", afirmou Bolsonaro.
O presidente seguiu no discurso com as críticas ao PT. Segundo Bolsonaro, com eventual volta do partido ao poder, todos perderão, "mais do que o dinheiro e a propriedade privada".
Da unidade da Petrobras em Itaboraí, o presidente seguirá para o Porto do Açu, no litoral norte fluminense. Lá, participará de mais uma cerimônia, o lançamento da pedra fundamental das obras da Usina Termelétrica Gás Natural Açu II, que ficará com complexo industrial do porto.
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