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sábado, 29 de janeiro de 2022

Homem é absolvido após 37 anos de prisão; provas contra ele eram falsas

Em 1984, uma testemunha revelou às autoridades que o homem lhe havia confessado o crime. Contudo, soube-se, em 2015, que a “testemunha chave” do processo foi ameaçada e subornada pela polícia de Filadélfia com sexo e drogas

© iStock


Willie Stokes, um homem de 61 anos, foi libertado no início do mês depois de cumprir 37 anos de prisão por um crime de homicídio, no qual a Procuradoria de Filadélfia, Estados Unidos da América, usou provas falsas para o condenar. Agora Willie entrou com um processo em tribunal onde acusa a cidade de “má conduta policial”.

Em 1984, uma testemunha revelou às autoridades que Stokes lhe havia confessado o crime. Contudo, soube-se, em 2015, que a “testemunha chave” do processo foi ameaçada e subornada pela polícia de Filadélfia com sexo e drogas para depor contra o homem. A testemunha foi acusada de perjúrio, mas as queixas contra Stokes nunca foram retiradas.

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), a testemunha, Franklin Lee, já se encontrava detido na sede da polícia quando foi abordado para incriminar Stokes num caso de homicídio por resolver. Na audiência preliminar, Lee identificou Stokes como o autor do crime e revelou a suposta confissão que levaria a uma condenação de prisão perpétua.

Poucos dias depois, naquilo que disse ser “um ataque de consciência”, Lee voltou com a palavra atrás e foi acusado pela Procuradoria de Filadélfia de perjúrio. Apesar da acusação, o julgamento de Stokes não foi repetido.

Segundo a AP, Stokes só viria a saber da acusação em 2015, quando já tinha cumprido mais de 30 anos de prisão. “Não quis acreditar. Não acreditava que eles [a Procuradoria] deixariam algo assim acontecer - que eles sabiam e não me contaram”, afirmou.

Já a Fox News revela que Lee confessou a um juiz federal, em novembro, que “se sentiu fraco a aceitou a proposta”, quando forneceu os falsos depoimentos.

Os dois detetives envolvidos já morreram e, segundo a AP, dois dos procuradores ainda estão vivos e foram apontados como réus, mas um alega que “não se lembra” do caso. 

A condenação de Stokes foi anulada pelo tribunal federal em dezembro e na quinta-feira todas as acusações contra ele foram retiradas. 

“Após uma análise completa e independente, o tribunal federal determinou que o senhor Stokes foi vítima de uma violação dos seus direitos constitucionais e estamos convencidos de que a decisão do tribunal federal estava correta”, considerou o Ministério Público.

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