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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Dólar cai e Bolsa sobe em nova sessão positiva para o Brasil

O Ibovespa subia 0,73%, a 112.960 pontos, às 12h23 desta terça

 

© Shutterstock


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Bolsa e dólar voltavam a refletir o momento favorável ao mercado brasileiro no início da tarde desta terça (1º), enquanto investidores procuravam tatear um ambiente de negócios com juros mais altos no Brasil e nos Estados Unidos.

Depois de alcançar a maior alta mensal em mais de um ano na véspera, o Ibovespa subia 0,73%, a 112.960 pontos, às 12h23 desta terça. O dólar caía 0,58%, a R$ 5,2760. A divisa americana encerrou janeiro com a menor cotação em quatro meses.

Dúvidas sobre quanto e em qual velocidade os juros nos Estados Unidos irão subir até que a inflação no país esteja controlada estão movimentando os mercados. Enquanto aguardam estabilidade por lá, estrangeiros buscam ações brasileiras baratas, além dos investimentos em renda fixa com retorno generoso devido à crescente taxa de juros doméstica. Esse movimento aumenta a oferta de dólares no país e explica, em grande parte, a valorização do real.

Analistas avaliam que a queda do dólar poderá ganhar força nesta quarta (2), quando o Banco Central do Brasil deverá aumentar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

Quanto aos juros americanos, há apenas consenso de que o aperto monetário deve começar em março. Inicialmente havia a expectativa de três elevações da taxa ao longo de 2022. Agora, analistas falam em quatro ou cinco ajustes.

Os juros americanos estão praticamente zerados desde o início da pandemia, medida adotada pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) para evitar um esfriamento brusco da economia em meio às medidas de restrição de circulação para a contenção da Covid-19.

Patrick Harker, presidente do Fed da Filadélfia, disse nesta terça que podem ser apropriados quatro aumentos. "No momento, acho que quatro aumentos de 25 pontos-base neste ano são apropriados", disse Harker durante entrevista à Bloomberg. Ele ressaltou, porém, que o descontrole da inflação pode exigir medidas mais rigorosas.

Bolsas americanas tiveram um fechamento diário positivo nesta segunda, embora o resultado mensal tenha sido negativo. O S&P 500, principal índice de ações dos EUA, fechou janeiro em queda de 5,3%, seu pior desempenho mensal desde março de 2020, destacou Lucas Collazo, especialista em investimentos da Rico.
Na abertura da sessão desta terça, os índices estavam em queda. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuavam 0,175%, 0,67% e 0,60%, respectivamente.

Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a acomodação das taxas de juros e os resultados positivos do quarto trimestre da maioria das empresas listadas em Nova York podem ajudar na recuperação das bolsas pelo globo.

Para esta terça, a divulgação de resultados de gigantes como Alphabet, dona do Google, e Exxon Mobil, pode mexer com o mercado, destacou a Ativa Investimentos, em nota.

Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, afirma, porém, que a alta dos juros nos EUA ainda poderá ser um empecilho para o desempenho do real e de outras moedas de mercados emergentes "com uma saída de capital rumo [aos títulos soberanos norte-americanos], considerados os mais seguros do mundo, [que estariam] remunerando mais".

Uma rodada de negociações entre russos e americanos nesta terça poder tirar -ou aumentar- um pouco da pressão sobre o preço do petróleo. A Rússia, uma das grandes produtoras globais, posiciona tropas para, na avaliação de potências ocidentais, preparar uma invasão a territórios da Ucrânia.

O barril do petróleo Brent recuava R$ 3,54, a US$ 87,98 (R$ 471,29). O mercado também aguarda uma definição da Opep (organização dos países exportadores) sobre aumentar ou não a produção da commodity.

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