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quarta-feira, 16 de março de 2022

Zelenski fala em negociação mais 'realista' com Rússia, mas quer mais tempo

Em pronunciamento por vídeo, porém, ele pediu mais tempo para que o acordo aconteça conforme o interesse da Ucrânia.

© Getty Images

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente ucraniano, Volodimir Zelesnki, disse nesta terça-feira (15) que as negociações com a Rússia parecem "mais realistas" agora. Em pronunciamento por vídeo, porém, ele pediu mais tempo para que o acordo aconteça conforme o interesse da Ucrânia.

"As reuniões continuam. Pelo que me disseram, as posições nas negociações parecem mais realistas. No entanto, ainda é necessário mais tempo para que as decisões sejam do interesse da Ucrânia", disse.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia chega nesta terça ao 20º dia com novos ataques a áreas residenciais da capital Kiev e a retomada das negociações para o fim do conflito militar. Moscou diz que é cedo para fazer previsões sobre os resultados das conversas.

Nesta terça, o presidente ucraniano já havia sugerido que pode desistir do ingresso na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para encerrar a guerra. Zelesnki disse entender que o país não tem portas abertas para entrar na aliança.

As negociações entre os dois países para um cessar-fogo terminaram novamente sem um acordo firmado. A reunião de desta terça-feira foi a quarta tentativa de acordo, mas o assunto será retomado nesta quarta-feira (16).

Até agora, as negociações conseguiram firmar a abertura de corredores humanitários, ou seja, rotas de fuga com segurança para a evacuação de civis. Apesar disso, a Ucrânia acusou a Rússia de não respeitar a trégua para a passagem de pessoas.

Mykhailo Podoliyak, negociador e conselheiro do presidente ucraniano Volodimir Zelesnki, disse hoje que "contradições" atrapalham um acordo de cessar-fogo com a Rússia, mas ressaltou a possibilidade de ainda haver um pacto bem-sucedido.

"Vamos continuar amanhã [quarta-feira]. É um processo de negociação complicado e extremamente trabalhoso. Existem profundas contradições. Mas, certamente, um compromisso é possível", escreveu o negociador ucraniano no Twitter.

Os premiês da Polônia, República Tcheca e Eslovênia se tornaram os primeiros chefes de Estado estrangeiros a visitar Kiev desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os três se reuniram hoje, após uma longa viagem de trem, na capital ucraniana para indicar apoio ao país invadido.

Mateusz Morawiecki, primeiro-ministro da Polônia, Petr Fiala, premiê tcheco, e Janez Jansa, líder da Eslovênia, partiram hoje de manhã em direção a Kiev, em meio a bombardeios ocorrendo na Ucrânia. Horas depois, Morawiecki publicou imagens da reunião no Twitter:

"É aqui, na Kiev devastada pela guerra, que a história está sendo feita. É aqui, que a liberdade luta contra o mundo da tirania. É aqui que o futuro de todos nós paira na balança. A UE (União Europeia) apoia a Ucrânia, que pode contar com a ajuda de seus amigos - trouxemos esta mensagem a Kiev hoje".

O presidente ucraniano agradeceu a visita. Em pronunciamento, Zelesnki também convidou outros aliados a visitarem o país, apesar de reconhecer a "situação perigosa".

"Convido todos os amigos da Ucrânia a visitarem Kiev. Pode ser perigoso aqui, porque nossos céus ainda não estão fechados para mísseis e aviões russos", disse, e completou:

"Mas os olhos de todas as pessoas do mundo estão agora focados em nossa capital, nos ucranianos. Assim, todos que estiverem conosco receberão gratidão. Não só a nossa, mas também outras nações".

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