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domingo, 1 de maio de 2022

PSOL oficializa apoio a Lula e adia debate sobre compor eventual governo

A decisão foi anunciada na tarde deste sábado (30), após realização da conferência nacional do partido. Foram 35 votos a favor do apoio e 25 contrários.

© Getty


VICTORIA AZEVEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O PSOL oficializou o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de outubro. A decisão foi anunciada na tarde deste sábado (30), após realização da conferência nacional do partido. Foram 35 votos a favor do apoio e 25 contrários.

Esta será a primeira vez, desde a fundação do partido, em 2004, que o PSOL não lança uma candidatura própria à Presidência.


No encontro foi discutido o programa político que o partido irá defender. Também foi aprovada uma resolução para que a decisão de compor um eventual governo petista ou a base aliada no Congresso seja debatida somente após as eleições.


"É um marco importante para a unidade da esquerda no país. Entendemos que o enfrentamento ao Bolsonaro e ao fascismo é maior do que as diferenças que existem no campo progressista. Vamos nos envolver com força na campanha do Lula e na mobilização em todo o país", afirmou à reportagem o líder sem-teto Guilherme Boulos, pré-candidato a deputado federal pelo PSOL.


Em evento com lideranças do PSOL, PT e partidos aliados na noite deste sábado que contou com a presença do ex-presidente Lula, Boulos afirmou que é preciso revogar "os absurdos que foram feitos" desde 2016, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e citou a revogação do teto de gastos e da reforma trabalhista.


Como a coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, informou, a revogação da reforma da Previdência ficou fora do acordo programático firmado entre o PT e o PSOL. Em compensação, as legendas aprovaram a defesa da revogação da reforma trabalhista e do teto de gastos.


Em seu discurso, Lula disse que o PSOL não precisa se preocupar com o programa e que que, na negociação, é preciso "saber o limite que você vai chegar".
"O programa de vocês talvez seja fraco diante das coisas que precisamos fazer no Brasil para recuperar a democracia", disse, entre risos.


O petista também voltou a atacar o teto de gastos, disse que ele é decidido pela "responsabilidade de quem governa" e citou a possibilidade de criar uma moeda única na América Latina.


Lula também fez uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que os clubes de tiro que foram criados "serão fechados". "Vamos trocar por clube de livros. Trocar os tiros pelos livros", disse.


Com o apoio, o PSOL deve indicar integrantes para atuar na coordenação da pré-campanha. O ex-presidente Lula participou do ato com o partido neste sábado.


Segundo o vereador Chico Alencar (PSOL-RJ), o partido manterá a sua identidade e "não será um aliado submisso". Ele diz ainda que as eleições serão difíceis e que o resultado não está decidido.


O nome do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para ser vice de Lula na chapa presidencial também era um ponto questionado por psolistas. Alencar afirma, no entanto, que é "preciso engolir" essa decisão.


"Alckmin tem uma história política que é oposta a nossa. A conjuntura, no entanto, pede que você suporte algumas dificuldades para combater o bolsonarismo. Vamos trabalhar para que a visão de mundo do Alckmin não prevaleça", disse.


"O PSOL segue independente e o diretório fará a discussão sobre composição de governo. Da nossa parte, seguiremos ao lado do povo batalhando por um programa para as maiorias", disse a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).


O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que também deverá atuar na coordenação da pré-campanha de Lula, afirmou que é preciso ampliar ainda mais as alianças em torno do petista.


"A tarefa de 2022 não é eleitoral, é civilizatória. E ela não é tarefa para uma mão. Lula não é o candidato de um partido, mas sim de um movimento de defesa da democracia", afirmou.


O parlamentar disse ainda que é preciso que demais pré-candidatos entendam a conjuntura do momento atual. "Tenho respeito pela candidatura do meu amigo Ciro Gomes [PDT], respeito a terceira via. Mas advogo para que eles compreendam o momento que estamos diante. Não é uma situação qualquer."


Pré-candidato ao Governo de São Paulo pelo PT, o ex-prefeito Fernando Haddad afirmou que espera que essa decisão "seja seguida por todos os democratas brasileiros". "Todo mundo que lutou pela democracia deveria estar hoje em torno do Lula e do Alckmin, sem exceção", disse.

VIA...NOTÍCIAS AO MINUTO   

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