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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Unidade da UE em torno das sanções contra Rússia 'começa a ruir', diz ministro alemão

"Após o ataque da Rússia contra a Ucrânia, vimos o que pode acontecer quando a Europa permanece unida. Diante do encontro de amanhã, esperamos que continue assim. Mas já está começando a ruir e a ruir de novo", afirmou Habeck

© Getty

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na véspera de uma reunião para discutir um embargo ao petróleo russo e planos para acabar com a dependência da energia fornecida por Moscou, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, expressou neste domingo (29) temor de que a unidade da União Europeia (UE) esteja "começando a ruir".

Líderes do bloco europeu vão se encontrar nesta segunda e terça-feira para debater uma nova leva de sanções contra o país liderado por Vladimir Putin, o que pode incluir, além do já citado embargo ao petróleo, um programa para acelerar o fim da dependência de combustíveis fósseis, como o gás russo.

"Após o ataque da Rússia contra a Ucrânia, vimos o que pode acontecer quando a Europa permanece unida. Diante do encontro de amanhã, esperamos que continue assim. Mas já está começando a ruir e a ruir de novo", afirmou Habeck em uma entrevista coletiva. Na sexta, países europeus sofreram para chegar a uma proposta que impõe embargo às entregas marítimas de petróleo russo, mas permite a entrega por meio de oleoduto, uma maneira de agradar a Hungria e desbloquear novas punições contra Moscou.

O sexto pacote de punições ao Kremlin propõe a retirada do maior banco da Rússia, o Sberbank, do sistema Swift, o banimento de emissoras russas da UE e a inclusão de mais pessoas na lista de indivíduos cujos ativos estão congelados e que estão proibidas de entrar em países do bloco europeu.

Até agora, o movimento vem sendo contido pela Hungria de Viktor Orbán, aliado de Putin. Ele argumenta que um embargo seria um golpe na economia de seu país, porque Budapeste não pode obter petróleo facilmente de outras fontes. Eslováquia e República Tcheca expressaram preocupações semelhantes.

As negociações estão em andamento há um mês, e os líderes do bloco tentavam chegar a um acordo antes do início da cúpula, evitando assim parecer que a UE está desunida na resposta a Moscou.

Habeck pediu que a Alemanha se posicione com unidade na cúpula em vez de se abster de votar devido a diferenças de opinião dentro da coalizão que sustenta o governo do país. Da mesma forma, o ministro cobrou unidade de outros membros da União Europeia.

"A Europa ainda é uma zona econômica enorme com incrível poder econômico. E quando fica unida, pode usar esse poder", acrescentou Habeck na abertura da feira de negócios alemã Hannover Messe.

Enquanto as autoridades europeias discutem, bombardeios russos destruíram importantes infraestruturas da cidade ucraniana de Sievierodonetsk, o "principal objetivo" de Moscou neste momento, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, neste domingo. "Mais de dois terços da parte habitacional da cidade está destruída", disse ele em um pronunciamento exibido na TV.

Também neste domingo, em sua primeira viagem oficial para fora da região de Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro, Zelenski visitou tropas na região de Kharkiv, no leste, divulgou o gabinete da Presidência ucraniana. "Vocês arriscam suas vidas por todos nós e por nosso país", disse o presidente a soldados, de acordo com o site do governo. Ele também teria distribuído presentes aos militares.

Horas depois da visita, explosões foram ouvidas, e uma grande nuvem de fumaça podia ser vista subindo a nordeste do centro da cidade, que, nos últimos dias, voltou a ser alvo após semanas de relativa calma.

Se de um lado Zelenski agradeceu as tropas, de outro anunciou a destituição do serviço de segurança de Járkov por "não trabalhar na defesa da cidade". "Demiti o chefe das forças de segurança da Ucrânia para a região porque ele não trabalhou desde o primeiro dia desta guerra, pensando somente em si mesmo."

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