"Uma hora vai acontecer uma tragédia que a gente não quer. Não estamos dando recado, aviso, todo mundo sabe o que está acontecendo", disse ao programa 4 por 4, da Jovem Pan.
(FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou neste domingo (26) que teve uma conversa com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na última semana e disse que pretende ter um novo encontro com o magistrado.
O mandatário também repetiu ameaças golpistas e ataques às urnas, se queixou de "interferências" do Supremo no Executivo e disse que "vai chegar um ponto final".
"Uma hora vai acontecer uma tragédia que a gente não quer. Não estamos dando recado, aviso, todo mundo sabe o que está acontecendo", disse ao programa 4 por 4, da Jovem Pan.
Sobre a conversa com Moraes, Bolsonaro disse que o ministro "falou 90% do tempo" e ele, 10%. "Mais ou menos cinco minutos de conversa. Falei para ele: vamos conversar na próxima semana com mais tempo. E pode ser em qualquer lugar", afirmou.
O objetivo, segundo o chefe do Executivo, é que cheguem a um "entendimento".
"Ver se consigo entendê-lo e ele me entender também, porque pelo que ele falou ali, não me entende. Falou certas coisas que não procediam, não vou revelar o que é. Eu fiquei mais quieto, ouvindo ele falar. E pretendo conversar com ele sim, pretendo e ver o que está acontecendo, porque no fundo eu quero diálogo e respeito à Constituição", disse.
O encontro dos dois ocorreu na residência oficial da Presidência da Câmara em evento realizado pelo presidente da Casa, Artur Lira (PP-AL), em homenagem aos 20 anos do ministro Gilmar Mendes no STF.
Na entrevista, o presidente também voltou a fazer críticas aos ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.
O mandatário voltou a levantar, sem provas, suspeitas contra o sistema eletrônico de votação. Ele disse que irá apresentar provas de que venceu as eleições de 2018 no primeiro turno e que o resultado foi fraudado para prejudicá-lo.
Bolsonaro disse que os indícios apontam que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá realizar o pleito apenas para "cumprir tabela". "É o que deixam transparecer. Em vez de ajudarem a dissipar a nuvem de suspeição que existe na cabeça de muita gente, muito pelo contrário, tornam concreta essa possibilidade da maneira como agem" afirmou.
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