Revilla foi a segunda procuradora a renunciar no Peru em poucos dias.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pedido de demissão da procuradora Bersabeth Revilla ganhou especial atenção no Peru.
Primeiro no próprio Ministério Público, órgão no qual servia havia 40 anos e do qual se despediu sob uma chuva de flores e aplausos. Depois, entre a população peruana, que elogiou a postura de Revilla: ela deixou o cargo em protesto, após ter sido afastada de um caso que investigava a irmã da procuradora-geral, Patricia Benavides.
A despedida, nesta quarta-feira (27), foi marcada por homenagens feitas pelos que agora são seus ex-colegas de trabalho. Vídeo que viralizou nas redes sociais mostra Revilla caminhando sorridente por um corredor com um buquê de flores em mãos e acompanhada do marido.
Segundo o jornal peruano El Comercio, Revilla investigava a juíza Emma Benavides, irmã da procuradora-geral, por supostos crimes de suborno e associação ilícita. Ela e outros magistrados são acusados de terem recebido dinheiro para libertar os traficantes Roberto Gómez Herrera e José López Quispe.
Revilla foi a segunda procuradora a renunciar no Peru em poucos dias. No fim de semana, Jesús Fernández Alarcón também deixou o cargo após divergências com Patricia Benavides. Nos dois casos, a procuradora-geral apresentou relatórios de produtividade indicando que os procuradores não estariam "cumprindo integralmente" com seu trabalho. Especialistas, porém, contestam os documentos.
Patricia Benavides foi eleita procuradora-geral do Peru no mês passado para um mandato de três anos. Ela está à frente de uma investigação contra o presidente do país, Pedro Castillo, que apura um suposto esquema de corrupção em obras públicas envolvendo familiares do líder peruano e membros do governo.
Castillo completa nesta quinta-feira (28) um ano como presidente. Ele resiste no cargo após duas tentativas de vacância por "incapacidade moral" (processo mais rápido de afastamento, diferente do impeachment), ter sido levado a trocar dezenas de ministros e permanecido em pé de guerra com o Congresso e até mesmo com o partido pelo qual se elegeu, o Perú Libre.
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