16% atribuem ao Congresso Nacional o aumento no valor do benefício
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O porcentual de entrevistados que atribui o aumento no Auxílio Brasil em R$ 600 ao presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu em sete pontos, de 58% para 51% na pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 31. De acordo com o levantamento, 16% atribuem ao Congresso Nacional o aumento no valor do benefício, ante 9% na pesquisa anterior publicada no dia 17 de agosto.
O levantamento da Genial/Quaest mostra ainda que 66% dos eleitores sabem que o Auxílio Brasil volta a ser de R$ 400 no ano que vem, ante 59% no levantamento passado.
Na avaliação do professor de estatística da Unicamp Paulo Guimarães, os dados podem ser reflexos da ofensiva adotada pelo deputado federal André Janones (Avante) em apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O parlamentar tem atuado nas redes sociais para propagar a tese de que o auxílio não foi ideia do atual presidente e que a manutenção do atual valor, em R$ 600, não está garantida para o próximo ano.
"As nossas primeiras pesquisas qualitativas mostravam que as pessoas viam Janones como o responsável pelo Auxílio em R$ 600, logo quando foi implementado durante a pandemia. Esse aumento na atribuição pelo Congresso mostrado na pesquisa pode ser resultado do papel dele. Foi um aumento compatível com as redes sociais", afirmou Guimarães.
O cientista político e professor da Universidade do Estado de Minas Gerais Paulo Ricardo Diniz segue a mesma linha. "A mudança na curva coincide com a incorporação do Janones na campanha do Lula", explicou.
Janones é conhecido pelo seu papel ativo nas redes e teve um salto durante as discussões sobre o Auxílio Emergencial, no início da pandemia. Na época, como mostrou o Estadão/Broadcast, o deputado ostentou o título de dono da live mais comentada no mundo ocidental no Facebook. O tema principal era justamente a divulgação dos trâmites do benefício social.
Após ter desistido da corrida presidencial para apoiar Lula, Janones intensificou o discurso de que o petista vai se comprometer em manter o auxílio emergencial de R$ 600 em 2023, diferentemente de Bolsonaro que, segundo ele, age em "caráter eleitoreiro". Recentemente, o parlamentar fez uma live ao lado do candidato à Presidência para fortalecer essa tese.
Com a economia no foco das eleições, Bolsonaro tem no Auxílio Brasil a grande aposta para melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto. A equipe de campanha usará as propagandas de rádio e TV, iniciadas no dia 26 de agosto, para disseminar a medida. Em discursos recentes, o chefe do Executivo prometeu manter o benefício em R$ 600 no ano que vem, apesar de não ter sido incluído no orçamento. O valor não cabe no teto de gastos nos moldes como ele funciona hoje.
O levantamento da Genial/Quaest mostra que 63% dos entrevistados entendem que as medidas econômicas do governo são para, principalmente, "ajudar a eleição de Bolsonaro".
O levantamento ouviu 2 mil pessoas com mais de 16 anos entre os dias 25 e 28 de agosto, em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 Estados brasileiros. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00585-2022.
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