Joan e Edward tinham um casamento feliz, antes de a saúde da mulher definhar
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Um homem de 90 anos tentou assassinar a sua esposa doente enquanto ela dormia, por não “aguentar mais” cuidar dela.
Edward Turpin teria tentado esfaquear até à morte Joan Turpin, também com 90 anos, na residência de ambos em Londres, no Reino Unido, a 22 de setembro de 2021.
Presente ao Old Bailey de Londres, o tribunal criminal central, o homem rejeitou a acusação de tentativa de homicídio, alegando que o casal teria um pacto suicida.
Na chamada ao 999 (serviço de emergência), o idoso informou que teria tentado esfaquear a mulher, esfaqueando a si mesmo. Deixou ainda implícito o fcto de que ambos teriam um pacto suicida, o que foi rejeitado pelo procurador Alistair Richardson.
“Poderão que o réu estava tentando dar a impressão de que ele e a sua esposa tinham pacto suicida. Como ouvirão, essa é uma sugestão que Joan Turpin rejeita vigorosamente. Durante a chamada, no fundo, poderão ouvir Joan Turpin pedindo ajuda”, disse, citado pelo The Guardian.
Na gravação, o idoso teria revelado ter esfaqueado a mulher “ao lado do coração”, por não aguentar mais.
“Não aguento mais. Tentei esfaqueá-la e esfaqueei-me”, cita a BBC.
Ao receber instruções de como parar a hemorragia, Edward teria dito que não o queria fazer, uma vez que ambos queriam morrer.
"Ela está doente, ela voltou para casa, tudo o que ela tem feito é me irritar... Acabei explodindo", complementou.
À chegada das autoridades, o homem foi encontrado com ferimentos no abdômen e a mulher, que foi esfaqueada várias vezes, tinha ferimentos no abdômen, no pescoço, e nas mãos.
“Não consigo respirar, sou cega”, teria dito Joan, enquanto Edward era tratado numa ambulância.
No início do julgamento, Richardson começou por referir que Joan e Edward tinham um casamento feliz, antes da saúde de a mulher definhar, e a idosa ter ficado cega. Em vez de pedir ajuda, o idoso teria perdido a paciência, e tentou matá-la.
“Não há dúvida de que o caso que vão julgar é triste – um casamento feliz que ficou mergulhado em problemas de saúde, com o réu incapaz de lidar com os cuidados à sua esposa”, disse o procurador.
“Mas o que nem a sociedade, nem a lei permitem, mesmo no calor do momento, é que tomemos o assunto nas nossas próprias mãos e procuremos acabar com a vida de outra pessoa”, rematou.
O julgamento de Edward Turpin prossegue.
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