O incidente ocorreu neste domingo (31), no posto de controle de Kasindi, na fronteira com a Uganda.
© TT News Agency/Henrik Montgomerry/via REUTERS |
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que ficou "indignado" com a morte de duas pessoas pelas forças de paz da organização na República Democrática do Congo. O incidente ocorreu neste domingo (31), no posto de controle de Kasindi, na fronteira com a Uganda.
Segundo as Nações Unidas, militares atiraram contra as vítimas "por razões não explicadas". Outras 15 pessoas se feriram, sendo que algumas gravemente, segundo o governo local.
Um vídeo compartilhado em redes sociais mostra ao menos oito homens avançando, a pé, em direção ao carro dos militares da ONU. Entre os pedestres, um vestia uniforme da polícia e outro do Exército do país.
Ao redor, várias pessoas filmavam a conversa entre os dois grupos. Após alguns segundos, os capacetes azuis -como são chamados os membros das forças de paz das Nações Unidas- parecem abrir fogo. No vídeo divulgado, porém, não é possível detectar o autor dos disparos.
De toda forma, a Monusco (sigla em francês de Missão da ONU para a Estabilização na RDC), declarou que os militares responsáveis pelas mortes foram identificados e detidos. Eles serão investigados pelas Nações Unidas e pelo país africano.
Bintou Keita, representante especial da ONU no Congo, acrescentou que os militares não são congoleses e que a organização já entrou em contato com seus países de origem. Ela, porém, não mencionou a nacionalidade deles.
Por meio de seu vice-porta-voz, Guterres disse que está "triste e consternado" com o incidente. Ele defendeu a prisão dos envolvidos.
O governo do Congo também condenou as ações dos militares da ONU. Seu porta-voz, Patrick Muyaya, disse em comunicado que o grupo será excluído das forças de paz.
As mortes deste domingo aumentam ainda mais a pressão dos congoleses sobre as Nações Unidas. Nos últimos dias, protestos violentos causaram a morte de ao menos 20 pessoas, entre elas três capacetes azuis. Os manifestantes criticam a incapacidade da Monusco de deter a violência e os ataques de centenas de grupos armados no leste do país.
A missão está no Congo desde 1999, quando ainda se chamava Monuc (sigla em francês para Missão da ONU no Congo). As Nações Unidas têm hoje mais de 14 mil militares no país, mas vem se retirando, gradualmente. O orçamento anual das forças de paz no Congo é de 1 bilhão de dólares (R$ 5,17 bi).
O subsecretário-geral da ONU para as operações de paz, Jean-Pierre Lacroix, visitou o país no sábado (30) para discutir a situação com autoridades locais. "Estudaremos fórmulas para que possamos evitar esses incidentes e, sobretudo, trabalhar melhor conjuntamente para alcançarmos nossos objetivos", destacou ao comentar as mortes ocorridas nos protestos.
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