A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (22), mostrou Castro pela primeira vez na liderança isolada nas intenções de voto, com 36% contra 26% do principal adversário.
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(FOLHAPRESS) - A reta final da eleição no Rio de Janeiro terá a disputa entre a tentativa do governador Cláudio Castro (PL) em concluir a disputa já no primeiro turno, enquanto Marcelo Freixo (PSB) busca frear a subida do adversário, contando com um segundo turno com o ex-presidente Lula (PT), seu apoiador, já eleito.
A campanha Castro pretende estimular um "voto útil" entre eleitores indecisos no pleito estadual, em especial aqueles que pretendem votar em Jair Bolsonaro (PL). Freixo aposta nos ataques ao governador na TV e numa investida no interior, a fim de reduzir a vantagem do adversário na região.
A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (22), mostrou Castro pela primeira vez na liderança isolada nas intenções de voto, com 36% contra 26% do principal adversário.
Os dados mostram que o avanço do governador se deu principalmente entre eleitores de Bolsonaro, que o apoia. Ele subiu de 54% para 62% nesse eleitorado. A campanha avalia ser possível ampliar ainda mais esse contingente.
Um dos focos é no grupo dos bolsonaristas indecisos na disputa fluminense, taxa que chega a 10%, segundo o Datafolha.
Outro são os 7% dos eleitores do presidente que, segundo o Datafolha, optam por Rodrigo Neves (PDT). Por essa razão, uma das regiões com especial atenção do estafe do governador compreende cidades do entorno de Niterói, em que Neves foi prefeito. Entre elas está São Gonçalo, uma das cidades com maior presença de evangélicos do estado.
Castro conta com o apoio de 85 dos 92 prefeitos do estado e aposta na capilaridade dos aliados para ampliar sua vantagem sobre o adversário.
"Vamos trabalhar e contamos com os prefeitos, com os quais construímos essa parceria. Espero que eles possam ir para a rua e pedir votos, sobretudo no interior, onde a eleição é feita casa a casa, voto a voto. O prestígio dos prefeitos é um diferencial. O apoio deles faz a diferença", disse Castro na quarta-feira (22), após reunião com 63 prefeitos aliados
Concluir a eleição no primeiro turno, além de óbvio objetivo de qualquer candidato, tem particular relevância para Castro diante de perspectiva semelhante na eleição presidencial. Há preocupação com a força eleitoral de Lula, que apoia Freixo, em caso de vitória no primeiro turno.
Além disso, a imprevisível reação de Bolsonaro a uma derrota já no dia 2 de outubro pode contaminar o atual favoritismo do governador para o segundo turno –ele tem 46% contra 38% no cenário com Freixo.
Levar a disputa para o segundo turno com Lula eleito é um dos desejos da campanha de Freixo.
"Lula ganhar no primeiro turno, vai nos ajudar muito no segundo turno aqui no Rio de Janeiro. É importante ter muita gente apoiando para ele ganhar no primeiro turno, derrotar o projeto autoritário do Bolsonaro, e ter o Lula livre no segundo turno para a gente virar e poder ganhar a eleição", disse Freixo na quinta-feira (22), durante debate promovido pelo jornal O Globo.
Freixo passou a fazer ataques diretos a Castro em inserções na TV, com o objetivo de evitar o avanço do governador. A estratégia já levou a 15 derrotas no TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) que culminaram com uma sequência de direitos de respostas concedidos à campanha do governador.
O candidato do PSB também pretende investir no interior, região em que está a distância entre os dois é de 22 pontos percentuais, o dobro do resultado geral.
Uma das grandes preocupação na campanha de Freixo é o, até agora, mau desempenho de Neves nas pesquisas de intenção de voto. Ele aparece apenas com 8% no último levantamento do Datafolha.
O candidato do PDT era visto como uma espécie de freio ao avanço de Castro em áreas mais pobres em Niterói e cidades do entorno. Em razão disso, as críticas desferidas por Freixo contra Neves sumiram após o primeiro debate entre os candidatos, na TV Bandeirantes.
Parte da campanha pedetista desejava abandonar o presidenciável Ciro Gomes (PDT) e assumir o apoio a Lula nesta reta final, a fim de ampliar as chances de Neves. O comando da sigla, porém, não autorizou o desembarque.
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