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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Consumo de gás de cozinha cai no 1º semestre e é o pior em nove anos

O maior impacto aconteceu nas regiões Sul e Sudeste, com redução de 5,9% e 5,7% no consumo

© Shutterstock


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O consumo de gás de cozinha no Brasil caiu no primeiro semestre de 2022 e registrou o pior desempenho desde 2014. A venda de botijões de GLP (gás liquefeito de petróleo) teve queda de 4,5% em relação ao período de janeiro a junho de 2021, mesmo com a criação do Auxílio Gás, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no final do ano passado.

O maior impacto aconteceu nas regiões Sul e Sudeste, com redução de 5,9% e 5,7% no consumo do primeiro semestre, respectivamente. Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram os estados mais afetados, com diminuição de venda de botijões de quase 8%. Em São Paulo, a queda foi de 5,9%, e no Rio, de 4,2%.

O levantamento foi feito pelo Observatório Social do Petróleo, ligado a sindicatos de petroleiros e que monitora as políticas e ações da Petrobras, a partir de dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) sobre GLP vendido em vasilhames de até 13 quilos, os mais usados em residências.

"Essa queda ocorre tanto por conta do preço elevado do botijão, quanto pela crise econômica. Neste primeiro semestre, o GLP foi vendido em média por R$ 110,36 (em valores deflacionados para julho de 2022), preço 40% superior à média real do restante da década verificada", afirma o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

Dantas aponta que, em 2021, o consumo de lenha atingiu seu maior patamar em mais de uma década, segundo levantamento da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Desde 2018, com a escalada do valor do gás, a lenha passou a ser a segunda fonte de energia residencial mais utilizada no Brasil, de acordo com dados da EPE. A principal fonte de consumo é a energia elétrica e, em terceiro lugar, aparece o GLP.

"O cenário atual, lamentavelmente, é de mais lenha e menos gás. Nem o Auxílio Gás foi até agora suficiente para impedir esse retrocesso, o que mostra o tamanho do problema", afirma.

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