Preocupações com ameaças ao crescimento das principais economias do planeta estimularam a busca pela segurança dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Investidores intensificaram a corrida por ativos ligados ao dólar nesta quinta-feira (1º) e levaram a moeda americana a renovar a maior alta mundial em duas décadas. Preocupações com ameaças ao crescimento das principais economias do planeta estimularam a busca pela segurança dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
O índice DXY, que compara o dólar às principais moedas, avançou aos 109.680 pontos, maior patamar para um fechamento diário desde junho de 2002.
Contaminada pelo mau humor externo, a taxa de câmbio brasileira avançou 0,71%, com o dólar comercial cotado a R$ 5,2380. Na variação máxima do dia, chegou aos R$ 5,2580.
Entre as moedas fortes que tombaram em relação ao dólar nesta quinta, a libra esterlina atingiu a menor cotação desde 1985. A divisa do Reino Unido fechou o dia valendo US$ 1,1534, com queda de 0,78% frente ao dólar. No mercado de câmbio brasileiro, a libra caiu 0,47%, cotada a R$ 6,0021.
Desde a semana passada reverbera nos mercados a fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) durante o simpósio de banqueiros centrais em Jackson Hole.
Jerome Powell afirmou que os americanos estão caminhando para um período doloroso de crescimento econômico lento e possivelmente aumento do desemprego.
Essa expectativa de baixo crescimento se deve à intenção do Fed de manter a política de elevação agressiva da sua taxa de juros. Os Estados Unidos buscam restringir o crédito para frear a maior inflação no país em quatro décadas.
Nesta sexta-feira (2), a divulgação do relatório de vagas de trabalho tende a provocar mais volatilidade. "O mercado de trabalho forte é um risco para a inflação", comentou Leandro Petrokas, sócio da casa de análise Quantzed.
Situação semelhante ocorre na Europa, onde o Banco Central Europeu também iniciou um processo de elevação de juros para conter a inflação.
A Europa ainda enfrenta a ameaça de ficar sem o abastecimento do gás da Rússia durante o inverno.
Na China, a economia também dá sinais de desaceleração enquanto Pequim segue paralisando atividades para combater o avanço da Covid, contribuindo para uma forte queda do petróleo.
Referência para os preços da matéria-prima bruta, o barril do petróleo Brent despencava 4,61%, a US$ 92,04 (R$ 478,61), no fim da tarde desta quinta.
"A demanda por petróleo do mundo ocidental, assim como a da China, está estagnada, enquanto a oferta está se expandindo de forma incremental, em grande parte devido ao xisto dos EUA", disse Norbert Rucker, analista da Julius Baer, para a agência Reuters.
BOLSA SUPERA EXTERIOR COM PIB ACIMA DO ESPERADO
Após uma abertura em queda, a Bolsa de Valores brasileira conseguiu se afastar no fim do dia do cenário majoritariamente negativo no exterior. O Ibovespa subiu 0,81%, aos 110.405 pontos.
Em meio às expectativas de baixo crescimento global, o Brasil ganhou destaque conforme investidores passaram a digerir ao longo do dia dados melhores do que o esperado sobre a atividade econômica doméstica no segundo trimestre. O PIB do Brasil registrou crescimento de 1,2% em relação ao primeiro trimestre.
Laiz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas, destacou que o PIB não só superou a expectativa de crescimento em torno de 1% do mercado, mas também apresentou avanços nos segmentos mais relevantes para a economia do país, como o setor de serviços.
"Olhando para esse número como um todo, é melhor do que a gente do mercado estava esperando e a composição dele também é muito positiva", comentou a economista.
"A divulgação do PIB acima das expectativas do mercado demonstra que a economia segue em recuperação, e deve tornar cada vez mais o Brasil como ótima opção para o capital estrangeiro", comentou Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.
Em Nova York, o indicador parâmetro S&P 500 subiu 0,30%, depois de ter passado todo o dia no negativo. Já o índice Nasdaq, que acompanha empresas mais dependentes do crédito barato para crescer, caiu 0,26%.
Na Europa, Londres, Paris e Frankfurt tombaram 1,86%, 1,48% e 1,60%, nessa ordem.
Na Ásia, os mercados de Tóquio e Hong Kong recuaram 1,53% e 1,79%, respectivamente. A Bolsa de Xangai e Shenzhen cedeu 0,86%.
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