Na delegacia, a mãe de Lucas disse que o pai do jovem era o responsável por buscá-lo na saída da faculdade.
© Reprodução: TV Globo/Arquivo Pessoal |
(FOLHAPRESS) - O estudante Lucas Costa Souza, 19, morreu após levar dois tiros no peito na noite de terça-feira (27), em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O suspeito da ação é um guarda-civil municipal que estava de folga.
O guarda investigado pela morte foi preso em flagrante, segundo os policiais.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do agente de segurança. Em nota, a Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Segurança Urbana, informou ter instaurado um processo de sindicância.
No momento do crime, Lucas voltava para casa da faculdade.
Em depoimento, o guarda-civil contou que seguia em seu carro, um Chevrolet Prisma vermelho, pela avenida Senador Vergueiro e parou em um semáforo. Ele estava acompanhado da mãe, uma mulher de 57 anos. A dupla retornava de um hospital.
O guarda disse para a Polícia Civil que notou uma pessoa a pé olhando bastante para dentro do veículo. Na sequência, essa pessoa foi em direção à porta do passageiro e a abriu.
O guarda disse ter ouvido o jovem dizer algo e indicar que estava armado. Foi nesse momento que ele sacou sua pistola e efetuou dois tiros contra o peito do estudante.
Segundo o guarda, mesmo baleado, o jovem correu e jogou algo no gramado.
Após a chegada de equipes da GCM de São Bernardo, o guarda de folga retornou até o carro para verificar as condições em que estava a mãe. Ele disse que nesse momento encontrou uma arma de brinquedo ao lado do carro.
Em seu relato, disse ter entregado o simulacro para um dos GCMs que atenderam a ocorrência, afirmando que estava com o homem baleado.
Na delegacia, a mãe de Lucas disse que o pai do jovem era o responsável por buscá-lo na saída da faculdade. Ele cursava administração há três meses em um campus do Senac.
Naquele dia, no entanto, o marido atrasou depois que seu carro ficou sem gasolina. Ela então disse ter mandado mensagem para o filho, pedindo para que ele fosse até o ponto de ônibus.
O veículo da família é um Chevrolet Corsa vermelho com películas escuras, semelhante ao do guarda.
A suspeita, assim, é que Lucas tenha confundido os dois carros. A mãe do jovem disse em seu depoimento que ele pode ter aberto a porta do veículo do guarda exatamente por achar que se tratava do veículo do pai, já que costumava fazer isso. Segundo ela, o filho não estava armado.
Um perito esteve no local e constatou que o interior do veículo do guarda tinha sido revirado.
O delegado Rogerio Nunes Pezzuol, que assina o boletim de ocorrência, afirmou que o guarda atirou por acreditar que seria vítima de um roubo. Segundo o documento, ele agiu por impulso, já que Lucas não estava armado no momento em que se aproximou do veículo.
Para o delegado, o jovem abriu a porta porque confundiu o veículo com o do pai.
O boletim de ocorrência cita ainda que o guarda não viu o jovem armado e que, ao encontrar o simulacro de arma, deveria ter preservado a cena para a realização de uma perícia. O documento cita ainda que a mãe do agente, que estava no carro, também não viu uma arma com Lucas.
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