O compromisso foi firmado pela CBF e pelas federações no "Manifesto em favor da vida e do futebol brasileiro"
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) instituiu a criação de uma comissão para combater o racismo e a violência no futebol. O Grupo de Trabalho (GT) é formado por 46 membros, que representam mais de 30 entidades, entre elas a Fifa, Conmebol, federações estaduais, clubes e o Ministério Público. Os atletas são representados pelo ex-goleiro Aranha. A informação foi divulgada originalmente pelo GE e confirmada pelo Estadão.
Segundo o documento obtido pelo Estadão, uma portaria assinada por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o GT irá "discutir os aspectos legais e operacionais relacionados ao aprimoramento do marco regulatório, das políticas públicas e dos procedimentos desportivos", além da coordenação de ações no enfrentamento do racismo e da violência. A primeira reunião será no dia 1º de novembro, às 10h, por videoconferência, sob coordenação do gerente de projetos Ricardo Leão. Todos os times das séries A, B, C e D foram notificados.
O compromisso foi firmado pela CBF e pelas federações no "Manifesto em favor da vida e do futebol brasileiro". Em agosto, a entidade máxima do futebol brasileiro lançou a campanha "Por um futebol e uma sociedade antirracista", com a realização de um seminário sobre o tema, no mesmo mês, na sede do órgão, no Rio de Janeiro.
Durante o evento, Ednaldo Rodrigues propôs a perda de um ponto na tabela de classificação para cada caso de racismo envolvendo os times a partir do próximo ano. "Sou negro, nordestino, e sei o que é enfrentar preconceito na vida", afirmou Ednaldo. "Não há mais espaço para racistas no século 21", disse na ocasião.
Alessandro Barcellos, presidente do Internacional e membro da comissão, afirma que o tema deve ser tratado como prioridade não apenas no esporte, mas na nossa sociedade como um todo. Ele conta que o clube, pioneiro ao incluir uma cláusula antidiscriminação nos contratos de trabalho de jogadores, está satisfeito com o prosseguimento do projeto.
"Entendemos que isso é uma tendência em várias organizações, e no futebol não seria diferente. Temos demonstrado preocupação e interesse em crescer cada vez mais como instituição ao trazer com bastante intensidade projetos voltados para a inclusão e diversidade, sempre de forma democrática envolvendo nossos consulados e torcedores em geral", explica Barcellos.
Confira os representantes da comissão de combate ao racismo e à violência no futebol:
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
Samantha Mendes Longo, diretora jurídica da CBF
Júlio Avellar, diretor de competições da CBF
Regina Célia Sampaio, gerente jurídica da CBF
Ricardo Leão de Andrade, gerente de projetos da CBF
Adriano Guilherme de Aro Ferreira, presidente da Federação Mineira de Futebol
Michelle Ramalho Cardoso, presidente da Federação Paraibana de Futebol
Alessandro Barcellos, presidente do Inter
Wellington Silva, conselheiro do Inter
Cauê Vieira, vice-presidente de Relacionamento Social do Internacional
Guilherme Bellintani, presidente do Bahia
Nelson Barros Neto, gerente de comunicação do Bahia
Roberta Maria Ramos Negrini, vice-presidente de Inclusão e Diversidade do Sport
Andrey Reis, do grupo de Planejamento e Operações de Segurança da Fifa
Gerd Dembowski, gerente de Diversidade e Antidiscriminação da Fifa
Pavel Klymenko, assessor de Diversidade e Antidiscriminação da Fifa
Gustavo Morelli, gerente de Segurança da Conmebol
Alejandro Moreno, coordenador de Segurança da Conmebol
Aranha, ex-goleiro e autor do livro "Brasil"
Daniela Alves, ex-jogadora e treinadora de futebol
Ricardo Marques Ribeiro, ex-árbitro de futebol
Luciano Hostins, diretor jurídico do Comitê Olímpico do Brasil (COB)
Paulo Losinkas, diretor jurídico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
Paulo Sérgio Feuz, auditor do STJD
Ronaldo Botelho Piacente, procurador geral do STJD
Maurício Neves Fonseca, vice-presidente do STJD
Dagoberto Fernando dos Santos, diretor do Departamento de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério da Cidadania
João Rafael de Souza Caetano Soares, auxiliar parlamentar do Senado Federal
Carolina Ranzolin Nerbass, juíza auxiliar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Valberto Lira, do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos
Valdecy Urquiza, delegado da Interpol
Rodrigo de Brito Carnevale, delegado da Interpol
Elbert Vinhático Neves, tenente coronel do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (PM-BA)
Hilmar Faulhaber, tenente coronel do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (PM-RJ)
Mário Dermeval Aravechia de Resende, presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil
Marcello Barros de Oliveira, assessor parlamentar e de Relações Institucionais da Polícia Civil RJ
Marcelo Medeiros de Carvalho, fundador do Observatório Racial do Futebol
Onã Rudá Silva Cavalcanti, fundador do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQs
Fabiano Machado da Rosa, advogado especialista em Compliance Antidiscriminatório
Arlete Mesquita, conselheira federal e vice-presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB
Luiz Cláudio do Carmo, presidente da Anatorg
Pedro Trengrouse, advogado e coordenador acadêmico do Programa FGV/Fifa/Cies da PUC-MG
Stuart Dykes, especialista em SLO da SD Europe
Lena Gustafson-Wiberg, especialista em SLO da SD Europe
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