O caso foi registrado na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Segundo a polícia, as vítimas foram ouvidas, e a suspeita, que não teve a identidade revelada, foi intimada para prestar esclarecimentos.
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ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil abriu inquérito nesta sexta-feira (28) para apurar a denúncia de funcionários de uma tradicional barraca da Praia do Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, que afirmam ter sofrido racismo de uma cliente. O episódio foi flagrado em vídeo feito por um deles na última quarta (26).
O caso foi registrado na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Segundo a polícia, as vítimas foram ouvidas, e a suspeita, que não teve a identidade revelada, foi intimada para prestar esclarecimentos.
No vídeo que ganhou repercussão nas redes sociais, a mulher chama os funcionários da barraca Rasta Beach de "bando de preto hipócrita" e afirma que faria propaganda negativa do estabelecimento.
Os donos da barraca são os irmãos Derik e Andrey Machado. Eles começaram o negócio na praia há seis anos e disseram que foi um caso atípico.
No perfil do estabelecimento nas redes sociais, eles relataram que a cliente havia pedido muitas bebidas e, por isso, um membro da equipe que fazia o atendimento sugeriu que ela tomasse algo não alcoólico. Mas, segundo eles, a sugestão não foi recebida bem pela mulher, que aparentemente alterada, irritou-se com os atendentes.
Além das ofensas registradas no vídeo, a equipe ainda afirma na postagem que a cliente teria feito outros comentários ofensivos: "Você é empregado", "se estou pagando, você tem que fazer", "você não é ninguém", "vocês estão de preconceito porque eu sou branca e moro na Avenida Atlântica".
O advogado Bruno Cândido, que frequenta o espaço, resolveu oferecer ajuda jurídica. Ele passou a acompanhar o caso e auxiliou os irmãos com o registro da ocorrência na delegacia.
"Aconteceram pelo menos duas discriminações aqui. A injúria racial, quando ela vira para um funcionário e com tom pejorativo tenta atingir a dignidade desse funcionário a partir da identidade racial dele, ou seja, da cor de pele dele. E principalmente, a incitação ao racismo que ela faz, quando ela se descontenta com a prestação do serviço e ela anuncia que ela vai começar a fazer uma promoção negativa", disse o advogado.
A Polícia Civil disse que as imagens gravadas no local serão analisadas e que a investigação está em andamento.
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