Os agentes da PF foram até a residência do ex-parlamentar, em Levy Gasparin, no Rio de Janeiro, durante o cumprimento de um mandato de prisão.
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Jefferson reagiu à abordagem e atirou. Segundo fontes da PF, dois policiais ficaram feridos. Uma policial foi levada desacordada para o hospital, mas tinha sinais vitais. Ainda não há informação de como eles teriam sido atingidos, mas há suspeitas de que teriam sido feridos por estilhaços.
"Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los", diz Jefferson em vídeo gravado dentro da casa do próprio ex-deputado.
Veja as imagens abaixo:
Nesse momento Roberto Jefferson está trocando tiros com a Polícia Federal.
— Flavia Ferronato (@flferronato) October 23, 2022
Que loucura tudo isso pic.twitter.com/OJmDDN1BEg
O advogado do PTB Luiz Gustavo Cunha disse à Folha que o último contato que teve com Jefferson foi no sábado (22) à noite.
"Ele [Jefferson] vem dizendo 'que não vai mais ser preso, que na casa dele não entra mais mandado do Xandão'", disse.
"O ministro Alexandre de Moraes mandou uma viatura para prendê-lo hoje pela manhã, domingo, o que é ilegal."
Sobre os disparos contra a policial federal, Cunha afirmou que ainda não tinha detalhes.
O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), publicou nas redes sociais um texto em que repudia a "ação armada" do aliado e ex-deputado de Roberto Jefferson.
Jefferson foi preso em agosto de 2021 em operação da PF autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito da investigação que apura suposta organização criminosa atuando nas redes sociais para atacar a democracia.
Em junho, o STF decidiu, por nove votos a dois, tornar o ex-deputado réu sob acusação de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia.
Os ministros decidiram abrir a ação contra o ex-deputado a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), devido a uma série de entrevistas nas quais Jefferson atacou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os senadores da CPI da Covid, o Supremo e as pessoas LGBTQIA+.
O político já havia sido condenado no escândalo do mensalão. O ex-deputado se lançou à Presidência da República neste ano, mas teve a candidatura barrada pelo TSE, que o considerou inelegível. Jefferson foi substituído por Padre Kelmon (PTB).
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que "a violência disseminada por Bolsonaro atinge o cúmulo, com Roberto Jefferson atirando contra agentes que cumpriam ordem da Justiça". "Nossa solidariedade com o STF e os policiais atingidos. O Brasil precisa de paz e a vida do povo tem de ser a centralidade do nosso debate", completou.
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