Ernest Decco Granaro foi condenado a 15 anos de prisão
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O sargento da Polícia Militar Ernest Decco Granaro foi condenado pelo tribunal do júri a 15 anos de prisão pela morte do artista plástico e skatista Wellington Copido Benfati, conhecido como Nego Vila. Ele poderá recorrer em liberdade.
O crime ocorreu na madrugada de 28 de novembro de 2020 durante discussão em um bar em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O policial estava de folga na ocasião.
Granaro respondeu ao processo em liberdade. Quando o crime aconteceu, ele afirmou que agiu para se defender de um grupo que tentou agredi-lo.
O sargento chegou a ficar detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte, por pouco mais de um ano.
O PM foi solto em março, depois que o julgamento marcado para aquele mês teve de ser adiado após uma testemunha não comparecer ao júri. O julgamento foi remarcado para abril, mas também acabou por não acontecer.
À época, o advogado do PM, Decio Alexandre Taveira, elogiou a decisão de soltar o policial. "A decisão tomada pelo magistrado foi acertada, tendo-se em conta o que a denúncia narra sobre os fatos. Em situações dessa natureza o Tribunal do Júri é o local correto para o julgamento. Agora, nesta nova fase processual, o sargento Decco terá a oportunidade de provar a sociedade quem é verdadeira vítima", afirmou.
A reportagem telefonou para o escritório responsável pela defesa de Granaro, mas ninguém atendeu. Também foi encaminhado um email para o contato dos advogados com pedido de posicionamento sobre o júri, mas não houve retorno até a publicação do texto.
Nesta terça-feira (11) a irmã de Nego Vila, a enfermeira Tatiane Benfati, 45, celebrou a sentença. "Nada trará meu irmão de volta, nada mudará o ocorrido, mas a condenação era a reparação esperada. Precisávamos ter a sensação de que a justiça foi feita, após quase dois anos de espera", disse para a reportagem.
No entanto, a enfermeira se mostra receosa da decisão da Justiça em manter Granaro solto. "O fato de poder recorrer em liberdade nos traz preocupação, mas seguimos acreditando que ele será preso."
Nega Vila tinha 40 anos quando foi morto. Ele recebeu um único tiro na região do tórax após uma suposta confusão com o PM, em frente a uma distribuidora de bebidas na esquina entre as ruas Inácio Pereira da Rocha e Deputado Lacerda Franco, a poucos metros do 14° DP (Pinheiros).
O artista estava reunido com um grupo de amigos, assim como o policial militar. Em dado momento, segundo a investigação, houve uma briga entre os grupos.
De acordo com testemunhas, Nego Vila tentou apartar a confusão, mas caiu, foi quando, conforme testemunhas, o PM foi em sua direção e atirou. O artista chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Policiais militares que estavam na delegacia para apresentar uma outra ocorrência ouviram o disparo e encontraram o sargento.
Segundo o boletim de ocorrência, o sargento mostrou resistência à prisão, "sendo necessário o uso da força para que fosse contido, culminando-se com um breve algemamento do indiciado", cita trecho do documento.
O policial portava uma pistola calibre .40, de propriedade da Polícia Militar, que foi apreendida. Na delegacia, ainda segundo o boletim da ocorrência, o policial disse ter "sido agredido fisicamente e que se defendeu".
O PM afirmou que, enquanto era agredido, um grupo de pessoas o cercou e tentou tomar sua arma e, por isso, ele diz ter atirado "a fim de repelir a injusta agressão que estava sofrendo".
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