Tebet afirmou que quem não quiser entender a democracia como ameaçada pode entendê-la como fragilizada.
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(FOLHAPRESS) - A senadora Simone Tebet (MDB) afirmou na noite desta segunda-feira (17) que o agronegócio e o mercado financeiro não devem temer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que seus eleitores terão guarida em um eventual governo petista.
"Basta olhar o passado e ver como o agronegócio evoluiu e se projetou no mundo no governo do PT. Óbvio que houve equívocos, que não serão repetidos", disse a jornalistas antes de participar de um pronunciamento para pedir votos a Lula, em evento para seu eleitorado em São Paulo, ao lado da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e do economista Arminio Fraga.
Tebet pretende ampliar o diálogo com o agronegócio, um dos setores fiéis a Jair Bolsonaro (PL). Afirma que o agro não cresce "por causa do governo, mas apesar de governos". "Temos expertise, tecnologia de ponta, sabemos como fazer, então não há o que temer, não tem por que temer."
O mesmo a ex-senadora disse em relação a parte dos eleitores do mercado financeiro, também resistente ao PT. "Quem acabou com o teto de gastos, com âncora fiscal? Que âncora fiscal existe no governo Bolsonaro?".
Com um blazer azul, Tebet foi muito aplaudida pelas cerca de 650 pessoas que participavam de um coquetel na residência de Teresa e Candido Bracher, ligados ao Banco Itaú, no bairro Alto de Pinheiros.
"Se estou desse lado, peço que fiquem tranquilos porque aqui teremos guarida, num governo que será do diálogo, da moderação", disse a emedebista, que está em agenda para a campanha de Lula. Terceira colocada do primeiro turno, com 4,2% dos votos, Tebet declarou apoio desde que o candidato incorporasse propostas de seu plano.
O evento da noite desta segunda (17) foi organizado pela advogada Maria Stella Gregori, pelos editores Marisa Moreira Salles e Tomas Alvim, a socióloga Neca Setúbal, herdeira do Itaú, a ambientalista Teresa Bracher e Ana Paula Guerra
Tebet, Arminio e Marina destacaram suas críticas ao PT. O economista afirmou nunca ter votado no partido, e Marina disse que estava havia 14 anos afastada politicamente de Lula, mas que houve comprometimento para resgatar a "agenda socioambiental perdida". Para a deputada, o voto em Lula "é um ato de legítima defesa".
No palco, Tebet afirmou que quem não quiser entender a democracia como ameaçada pode entendê-la como fragilizada.
"Isso começou no primeiro dia do governo Bolsonaro. Acreditem, eu estava lá, eu acompanho há quatro anos." Tebet elencou a briga entre instituições causada pelo presidente, as emendas de relator no Congresso e a possibilidade de ele ter mais membros no STF (Supremo Tribunal Federal) caso seja reeleito.
"Estou com Lula por amor ao Brasil, porque defendo a democracia e sem ela não temos economia liberal, a pauta ambientalismo, emprego renda e nem orçamento para investir na educação que queremos para nossos filhos", disse.
Ela citou o atraso na compra das vacinas, os CACs não regularizados e os grileiros que invadem a Amazônia incentivados por seus discursos. "Vende a imagem de um Brasil que não é real, inclusive do agro do qual eu pertenço", disse.
"A opção da neutralidade não cabe neste momento", disse Teve, que depois pediu votos aos que ainda têm dúvida.
Segundo Tebet, foi em São Paulo e com parte dos eleitores presentes nesta noite que sua campanha, começou partindo de um grupo de 400 pessoas que representam a sociedade civil organizada de São Paulo em áreas como educação, saúde, meio ambiente, agronegócio e mercado financeiro.
No coquetel havia pessoas que estiveram a seu lado desde o início da candidatura, e outras que, segundo ela, seguem indecisas.
Cerca de 700 pessoas foram convidadas, como os empresários Pedro Passos (Natura), Guilherme Leal (Natura) e Roberto Klabin (Klabin).
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