A morte de Rosângela Fracinet Lopes de Farias é tratada como feminicídio
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma professora de 58 anos foi morta a facadas dentro da própria casa no município de Buíque (PE). O principal suspeito do crime, o marido dela, está foragido.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, a morte de Rosângela Fracinet Lopes de Farias é tratada como feminicídio. Ela foi encontrada morta no sábado (26) após discutir com o marido, que fugiu.
Nas redes sociais, parentes e amigos de Rosângela afirmaram que ela era vítima de agressões constantes e chegou a registrar boletins de ocorrência contra o marido, retirando as queixas em seguida.
Em um dos casos de violência, ela gravou um vídeo relatando as ameaças sofridas dentro de casa.
Nas imagens, ela conta que o suspeito do crime ficou com raiva porque ela passou 30 minutos a mais no trabalho. Ela narra que ele estava no primeiro andar da residência dizendo estar armado e mandando ela ir até ele se fosse "mulher de verdade".
"Chego dentro de casa e está um cabra safado me desafiando, me esculhambando, essa é a minha vida. Me ameaçando, dizendo que vai me mandar para o inferno, toda hora, todo instante. Eu estou gravando porque não aguento mais", diz ela.
Sem aparecer, o homem responde: "Eu não posso falar nada em casa, que você chega com o cão no couro".
Em outro momento, o suspeito aparece no vídeo apontando o dedo e gritando com a vítima.
"Vai mandar me prender, o que é que eu estou te ameaçando? Por que você não grava as coisas que você fala? Você é covarde, safada, traiçoeira, quer tomar a casa. Vai tomar a casa na Justiça", responde.
A polícia e os parentes de Rosângela não detalharam se as imagens foram gravadas por ela no dia do crime ou em outros casos de ameaça que ela sofreu em casa.
Rosa foi assassinada três dias antes do aniversário de 59 anos, que seria comemorado nesta terça (29).
Ela era professora e ex-diretora da Escola Municipal Carolina Guedes, no mesmo município. Em nota, a Secretaria de Educação de Buíque lamentou a morte da docente.
O prefeito do município, Arquimedes Valença (MDB), também lamentou a perda da mulher e ressaltou que a morte foi mais um caso de violência contra a mulher no país.
"Lamentavelmente, a violência contra a mulher ainda está inserida na estrutura de nossa sociedade e precisamos combatê-la sempre, todos os dias", afirmou.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que toma "todas as providências para o esclarecimento dos fatos".
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia até seis meses após o fato.
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