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sábado, 26 de novembro de 2022

Operações policiais deixam ao menos 14 mortos e fecham escolas no RJ

A Delegacia de Homicídios da Capital instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte.

© Shutterstock- imagem ilustrativa

ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Ao menos 14 pessoas morreram nesta sexta-feira (25) em operações policiais no Complexo da Maré e no Morro do Juramento, na zona norte do Rio, e em Niterói, na região metropolitana. Na Maré, escolas e postos de saúde tiveram de fechar.


No Complexo da Maré, Renan de Souza Lemos, 24, morreu baleado durante uma ação integrada das polícias Civil e Militar. Agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) atuam nas favelas Nova Holanda e Parque União desde as primeiras horas da manhã desta sexta (25).


De acordo com testemunhas, o corpo de Lemos teve que ser retirado da comunidade por parentes num carrinho de cargas. A família afirma que a vítima trabalhava como motorista de aplicativo e entregador. Ele deixa dois filhos pequenos. A Delegacia de Homicídios da Capital instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte.


Outras quatro pessoas, consideradas suspeitas pela PM, também morreram. Uma delas seria Mario Silva Ribeiro Leite, apontado como traficante pela corporação.


A PM disse que um policial do Bope também foi ferido na barriga e levado para o hospital -o estado de saúde dele é estável. Um outro homem, que não teve a identidade divulgada, também foi encontrado baleado e, segundo a corporação, estaria envolvido no confronto.
Nas redes sociais, usuários relatam corpos sendo retirados da comunidade pelos próprios moradores.


A polícia afirmou que a ação realizada nesta sexta visa "coibir movimentações criminosas relacionadas a roubo de carga e roubo de veículos". Em protesto, moradores atearam fogos em objetos na avenida Brasil, em ponto próximo aos acessos ao conjunto de favelas.


Pneus, colchões e pedações de madeira foram queimados no meio da rua. Para conter os manifestantes, agentes do Batalhão de Choque e da PM usam balas de borracha e bombas de efeito moral. O policiamento continuava reforçado na região.


Segundo o COR (Centro de Operações Rio), durante o protesto, uma faixa da pista central da via, sentido zona oeste, chegou a ser fechada, impactando o trânsito da região, que era lento mesmo após a liberação.


Ainda havia relatos de tiroteio no início desta tarde, e blindados circulavam pelas comunidades que integram o Complexo da Maré. Por causa da ação policial, pelo menos 40 escolas da região e postos de saúde foram fechadas.


Segundo a polícia, houve a apreensão de cerca de uma tonelada de drogas e de oito carros roubados. Não há informações sobre prisões.


MORRO DO JURAMENTO
No Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, seis pessoas morreram nesta sexta-feira durante uma ação da PM. Segundo a corporação, todos eram suspeitos e foram mortos em confronto com os agentes. Um policial militar também foi ferido por um tiro em uma das mãos.


O confronto, de acordo com a PM, teria ocorrido após agentes do 41° BPM (Irajá) terem sido atacados por um grupo de homens armados. "Após o cessar dos disparos todos foram socorridos para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Cinco deles não resistiram aos ferimentos. Um outro suspeito internado sob custódia", disse a corporação.


Além dos cinco, um sexto suspeito morreu.
A operação, ainda de acordo com a PM, visa "reprimir o tráfico de drogas e as ações de criminosos no entorno da comunidade". Os agentes apreenderam um fuzil, quatro pistolas, uma granada e drogas. A ocorrência foi encaminhada para a 27° Delegacia de Polícia, em Vicente de Carvalho.


ZONA OESTE
Já na zona oeste do Rio, a Polícia Militar realizou operações nas comunidades do Complexo de Senador Camará, Vila Aliança, Batan e 48. Durante a ação, um homem suspeito de atirar contra o subtenente Luiz Carlos da Silva morto nesta quinta-feira (25) foi preso. Armas e drogas foram apreendidas.


Segundo a polícia, o suspeito confessou informalmente ter atirado contra o carro do agente. A arma do oficial foi recuperada com o homem.


O subtenente Luiz Carlos da Silva entrou por engano na comunidade e foi alvo de tiros dos criminosos. Ele chegou a reagir, mas foi atingido e não resistiu. O sepultamento do PM ocorre na tarde desta sexta-feira no Cemitério Jardim da Saudade de Sulacap.


NITERÓI
Outra ação da PM em Niterói, na região metropolitana, deixou três mortos e dois feridos nesta sexta.
A corporação disse que agentes faziam patrulhamento no Morro do Estado quando foram informados sobre disparos de armas de fogo na comunidade.


As equipes foram até a região e encontraram homens armados dando início ao tiroteio.


Após o confronto, três suspeitos estavam mortos e dois foram levados para o hospital. Com eles, foram apreendidos um fuzil, três pistolas, drogas e um radiocomunicador.

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