Frequências são avenidas no ar por onde as operadoras fazem trafegar seus sinais. Fora deles ocorrem interferências.
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JULIO WIZIACK
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, deu um ultimato aos fabricantes de roteadores wifi-6, que operam em uma frequência que pode ser usada para o 5G.
Frequências são avenidas no ar por onde as operadoras fazem trafegar seus sinais. Fora deles ocorrem interferências.
Em setembro, o chefe da agência brasileira viajou para os EUA, onde estão sediadas as principais empresas do ramo, e ameaçou reverter a decisão da agência que destinou, sem custos, as faixas para o serviço -mesmo se indispondo com as operadoras, que queriam que esse espectro (como é chamada a reserva de frequências fora de uso) ficasse reservado para novo leilão de 5G, bem lá no futuro.
Baigorri disse diretamente aos presidentes das empresas, com Qualcomm e Cisco, e dirigentes do FCC, a Anatel dos EUA, que o país não pode ficar à espera da massificação de aparelhos ao público em geral por tanto tempo.
Segundo ele, o sinal está aberto, pode ser usado sem custo pelas empresas em todo o território nacional desde 2020. Até o momento, no entanto, não há equipamento disponível no mercado para uso pessoal.
"Existem somente seis modelos licenciados, mas para uso empresarial", disse Baigorri à reportagem. "Se você tiver ouro e for numa rede varejista comprar um roteador de wifi-6 para sua casa, não vai conseguir."
Essas frequências foram liberadas no momento em que a Anatel aprovou as regras para o leilão do 5G.
No caso do wifi-6, a agência decidiu liberar 1.200 MHz (megaherzt) para serem explorados e liberados sem custos para as empresas. Bastaria que se habilitasse para a prestação do serviço.
O assunto virou um cabo de guerra comercial. De um lado, as operadoras e os grandes fabricantes de equipamentos, como Huawei, Ericsson, Nokia, querem contar com essa frequência de 6 GHz (gigahertz) no futuro para uma possível nova rodada destinada ao 5G.
Do outro lado, estão basicamente fabricantes americanas, que ganhariam com a venda de aparelhos wifi-6.
O grupo que defende a destinação dessa faixa para o 5G -e, por tabela, o fim do sinal grátis de wifi para a população por pequenos provedores aguarda a próxima reunião da UIT, braço da ONU para as telecomunicações, que ocorre em novembro de 2023.
Segundo Baigorri, há chances de que seja definido o padrão mundial para essa frequência.
Se a maioria dos países-membros votarem pela destinação dessa faixa para o 5G, a Anatel terá de cancelar sua decisão sobre o wifi-6 -como querem os grandes competidores do mercado.
Brasil e EUA foram os primeiros países a decidirem pela priorização do wifi nesse bloco, forma de levar sinal de internet em quinta geração para os menos favorecidos por meio de pequenos provedores.
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