Em Tóquio, cerca de 90 manifestantes se reuniram em Shinjuku, uma das estações de trem mais movimentadas da capital japonesa.
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RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Os protestos contra a política de Covid zero da China se espalharam para ao menos uma dúzia de cidades ao redor do mundo. Trata-se de uma demonstração de solidariedade com manifestantes do país asiático que, ao longo do final de semana, protagonizaram a maior onda de desafios ao regime comunista desde que o líder Xi Jinping ascendeu ao poder.
De acordo com levantamento da agência de notícias Reuters, vigílias e protestos, ainda que em pequena escala, foram realizados em cidades da Ásia, da Europa e da América do Norte, como Londres, Paris, Tóquio e Sydney. Os atos têm sido organizados, em sua maioria, por dissidentes e estudantes expatriados.
Quando vi tantos cidadãos e estudantes chineses saindo às ruas, minha sensação foi de que eles suportaram muito mais que nós. Agora estamos mostrando apoio a eles do exterior", disse Chiang Seeta, estudante de pós-graduação que organizou um ato em Paris neste domingo (27), com mais de 200 pessoas.
Do lado de fora do Centro Pompidou, na capital francesa, manifestantes depositaram flores e acenderam velas em memória dos 10 mortos em um incêndio em Urumqi, uma das maiores cidades da província chinesa de Xinjiang, no norte da China.
A tragédia foi o gatilho para a atual onda de protestos, em parte porque as mortes foram relacionadas às duras restrições impostas para conter a infecção por coronavírus -isoladas em seus apartamentos, as vítimas não conseguiram escapar das chamas.
Autoridades locais negam a relação entre a Covid zero e as mortes no incêndio, mas, assim como no ato em Paris, os manifestantes têm culpado Xi Jinping e o Partido Comunista pela sequência de reveses.
Em Tóquio, cerca de 90 manifestantes se reuniram em Shinjuku, uma das estações de trem mais movimentadas da capital japonesa. Segundo a Reuters, os presentes concentraram o foco dos protestos contra a Covid zero no Partido Comunista Chinês.
As pautas dos atos, no entanto, devem ser menos beligerantes em outras cidades. Uma das organizadoras de um protesto marcado para esta segunda-feira (28) na Universidade de Columbia, em Nova York, disse que questões ainda mais sensíveis para Pequim, como a independência de Taiwan e as denúncias de violação de direitos humanos de uigures em Xinjiang, devem ficar de fora das manifestações.
Questionado em uma entrevista coletiva nesta segunda, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que Pequim não está ciente de nenhum protesto no exterior pedindo o fim da política de Covid zero.
Em relação às manifestações em âmbito doméstico, o representante da diplomacia desconversou e disse que a pergunta "não reflete o que realmente aconteceu" e que a China acredita que a luta contra o coronavírus será bem-sucedida com a liderança do Partido Comunista e com a cooperação da população.
A China registrou nesta segunda o quinto recorde diário consecutivo de novos casos de Covid. Foram 40.052, acima dos 39.506 do domingo. As megacidades Guangzhou e Chongqing, com milhares de casos, lutam para conter surtos, enquanto centenas de infecções foram registradas em outras cidades do país.
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