O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi um dos escolhidos
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BRASÍLA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (29), além de ministros, quem serão os líderes do seu governo na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Congresso Nacional.
Para a Câmara, foi escolhido o deputado José Guimarães (PT-CE); para o Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e para o Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Guimarães foi o escalado por Lula para articular a PEC da Gastança na Câmara, onde a negociação chegou a travar durante o julgamento das emendas de relator pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele substitui Reginaldo Lopes (PT-MG), que deixa a liderança, mas seguirá na Casa após não ter sido contemplado por um ministério.
José Guimarães afirmou que não descarta o apoio da União Brasil ao novo governo no Congresso. "É diálogo e construção. Quando nós começamos a PEC [da Gastança], ninguém imaginava que a União Brasil ia votar quase 100% na PEC."
Na votação do primeiro turno do plenário da Câmara, 12 dos mais de 50 deputados da legenda foram contrários. A indicação da liderança do partido foi pela aprovação da proposta.
Ele também disse que o novo governo terá como característica o diálogo e a paciência para "construir a nova governabilidade". "Esse olhar cuidadoso é atribuído a todos aqueles que vão estar na Esplanada, ainda mais eu, como líder do governo na Câmara."
O parlamentar afirmou ainda que partidos que apoiaram a candidatura do presidente Lula durante a campanha e na transição e não foram contemplados com ministérios, como Solidariedade, PV, Avante e Agir, "precisam ter espaço no governo".
"Nós estamos vendo, vamos começar a discutir hoje no final da tarde para buscar um caminho para que todos se sintam felizes", afirmou.
Antes, Jaques Wagner foi o escolhido pelo partido para avançar a PEC no Senado quando ela empacou, antes mesmo de o texto sequer ir para votação na Comissão de Constituição e Justiça.
Wagner, que também foi cotado para alguns ministérios no início da transição, assume o posto que hoje pertence a Paulo Rocha (PT-PA) -que, por sua vez, deixará o Senado.
Após o anúncio, Lula afirmou que não escolheu Wagner para nenhum ministério, justamente pois entende que ele será importante na articulação do Senado na próxima Legislatura.
Já Randolfe Rodrigues, o único não petista dentre os três líderes, foi um dos articuladores da campanha de Lula durante as eleições e era o principal nome da Rede, para assumir um ministério no governo.
Randolfe acabou não contemplado na Esplanada, já que o cargo do partido foi para Marina Silva (Rede-SP), que foi confirmada no Meio Ambiente. Durante e também depois da campanha, ele articulou ainda junto ao STF e esteve presente em encontros entre ministros da corte e Lula.
No anúncio, Lula chamou Randolfe de "revelação" no Senado, em razão de sua atuação durante a campanha que venceu Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições. "Nada dará certo se a gente não tiver bons líderes na Câmara e no Senado", afirmou Lula.
Próximo titular das Relações Institucionais, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) afirmou que o diálogo com o Congresso Nacional e os governos estaduais e municipais "não começa nem termina na definição" dos ministros.
"Quando a gente dá um primeiro passo de montagem desse governo, o interesse não é você contabilizar quantos deputados e quantos senadores [terá na base]. É trazer quadros políticos competentes, com competência técnica, de gestão e da política que ampliam a relação com essa base", afirmou.
"A partir desse primeiro passo, vamos conversar com cada líder que cedeu quadros para a composição do governo. Vamos ter diálogos ao longo do mês de janeiro e vamos chegar lá em fevereiro com a base muito estável e sólida para fazer o que a gente precisa fazer no país", continuou.
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