Na ação, a empresa diz que já vem sendo alvo de cobranças das concessionárias Enel São Paulo e Light, que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro
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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Americanas pediu à Justiça nesta segunda-feira (30) proteção contra cortes no fornecimento de luz, telefonia e internet em suas lojas por dívidas com concessionárias de serviços públicos. No pedido, solicita o estabelecimento de multa diária de R$ 100 mil.
Na ação, a empresa diz que já vem sendo alvo de cobranças das concessionárias Enel São Paulo e Light, que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro, por faturas que estavam em aberto antes do pedido de recuperação judicial, feito no dia 19 de junho.
A Light aparece na lista de credores apresentada no pedido de recuperação judicial com uma dívida de R$ 919 mil. À Eletropaulo, hoje chamada de Enel São Paulo, a Americanas deve R$ 442 mil. A Americanas deve ainda R$ 25 mil a outra empresa da Enel, a Enel Green Power.
A varejista aponta dívidas elevadas também com empresas de telefonia. Com a Claro, por exemplo, a dívida é de R$ 24,1 milhões. Mas a lista de credores não identifica se o valor corresponde à prestação de serviços ou a parceria comercial.
A companhia alega que os serviços de eletricidade, telefonia e internet são imprescindíveis e que, mesmo depois do pedido de recuperação judicial, ainda vem recebendo cobranças.
Na ação, a Americanas pede ainda proteção contra ações de despejo de suas lojas por atrasos no aluguel. Há um caso correndo, por exemplo, em Niterói, na região metropolitana do Rio.
A empresa é alvo de uma ação de despejo movida pelo Plaza Shopping, administrado pelo consórcio Aliansce Sonae + BR Malls. Segundo a lista de credores do processo de recuperação judicial, a dívida é de R$ 319 mil.
Nesta segunda, as maiores centrais sindicais do país divulgaram comunicado conjunto defendendo a participação direta do Ministério do Trabalho no processo de recuperação judicial da empresa.
Em reunião com sindicatos, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que "aparentemente, pode ter havido uma irresponsabilidade empresarial", mas afirmou que "é fundamental a gente conseguir preservar a continuidade da atividade econômica das Lojas Americanas, independente de quem seja seu controlador".
A empresa tem entre os principais acionistas os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, que já alegaram desconhecimento sobre a situação contábil da companhia. Os três são investigados em processo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre omissão de informações.
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