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sábado, 29 de abril de 2023

Polícia vai comparar laudo de passista que teve braço amputado no RJ com depoimento de médicos

Cinco profissionais de saúde que atenderam Alessandra dos Santos Silva, 35, prestaram depoimento na delegacia de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A polícia investiga se houve erro médico ou imperícia no tratamento.

© Reprodução / TVGlobo

CAMILA ZARUR - ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai comparar o laudo médico da passista que teve o braço amputado após complicações de uma cirurgia no útero com os depoimentos colhidos nesta sexta-feira (28) dos médicos envolvidos no caso.

Cinco profissionais de saúde que atenderam Alessandra dos Santos Silva, 35, prestaram depoimento na delegacia de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A polícia investiga se houve erro médico ou imperícia no tratamento.

A Fundação Saúde, ligada ao governo do estado e que faz a gestão das duas unidades de saúde por onde ela passou, abriu sindicância para apurar a conduta médica e administrativa nos hospitais.

A Secretaria Estadual de Saúde declarou na última quarta (26) que foi necessária a retirada do útero, uma transfusão sanguínea e altas doses de aminas vasoativas na paciente. Segundo a pasta, o medicamento usado para conter hemorragia pode ter causado a necrose no braço esquerdo de Alessandra.
A passista teve o braço amputado após passar por uma cirurgia de retirada de miomas no útero; o órgão também foi removido. Ela foi internada em 3 de fevereiro no Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, onde fez o primeiro procedimento cirúrgico.

No entanto, devido a complicações da operação, a passista precisou ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, em Botafogo, na zona sul do Rio.

Dos cinco médicos ouvidos, três eram do Hospital Heloneida Studart e dois da unidade de cardiologia da capital. De acordo com o delegado do caso, Bruno Enrique Menezes, os profissionais detalharam os procedimentos adotados por eles.
Na terça (25), o médico responsável pela cirurgia no útero da passista disse, em depoimento, que o órgão da paciente precisou ser totalmente retirado por causa de uma hemorragia. O cirurgião Gustavo Machado, do Heloneida Studart, disse ainda que a transferência se deu por causa de um agravamento na parte vascular ocorrido no pós-operatório, segundo informou o delegado.

Menezes afirmou ainda que enviará os depoimentos dos médicos para a perícia, para que sejam comparados com o laudo médico de Alessandra. A passista deve prestar um novo depoimento na semana que vem. A oitiva ainda não foi marcada.

"Para os próximos passos, remeteremos todo o material ao IML para exame pericial e será novamente ouvida a vítima para trazer mais elementos aos autos", disse o delegado.
Nesta quinta-feira (27), Alessandra passou por exame de corpo de delito a pedido da investigação.

A defesa da passista afirmou que vai entrar com uma ação de reparação civil contra o estado. A passista da Acadêmicos do Grande Rio planejava engravidar e afirma ter tido o sonho interrompido por erro médico. Ela, que trabalhava como trancista e implantista, agora diz que não sabe o que fazer daqui para frente.

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