O ministro das Finanças ucraniano disse hoje aos homólogos da União Europeia (UE) que Kiev vai precisar de pelo menos 18 bilhões de euros (cerca de 100 bilhões de reais) de ajuda macrofinanceira em 2024, mesmo valor que a UE vai desembolsar este ano.
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Sergii Marchenko apelou também a que a reconstrução do país comece antes do fim da guerra.
O ministro participou numa reunião informal dos ministros da Economia e Finanças da UE, em Estocolmo, na qual se debateu a forma de continuar a prestar apoio financeiro à Ucrânia e pagar a reconstrução do país, embora ainda não tenham sido apresentados valores específicos ou modelos de financiamento.
"Não vai ser fácil reduzir drasticamente as nossas despesas, dependerá da campanha militar, mas creio que não poderá ser inferior aos 18 bilhões de euros que previmos para este ano", afirmou à chegada à reunião, quando apelou à utilização dos ativos russos congelados ao abrigo das sanções para pagar a reconstrução.
Os ministros europeus reiteraram que continuarão apoiando a Ucrânia, e o seu "compromisso total" com a reconstrução do país, embora considerem prematuro estabelecer um valor para a futura assistência macrofinanceira, que em 2022 e 2023 foi financiada pela emissão conjunta de dívida da UE.
"Se houver vontade política, poderemos preparar o próximo pacote (de ajuda). É muito cedo para discutir montantes exatos porque ainda estamos na primeira metade do ano e a situação é incerta num contexto de guerra", disse o vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis.
A intenção da UE é estudar a forma de continuar financiando a Ucrânia em coordenação com os parceiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento e os membros do G7, como os Estados Unidos e o Canadá, cuja ministra das Finanças, Chrysta Freeland, também participou na reunião.
O FMI estima que as necessidades de financiamento externo do país ascenderão a 36 bilhões de euros (200 bilhões de reais) em 2023 e 2024, se a guerra terminar em meados do próximo ano, enquanto o Banco Mundial avalia as necessidades de reconstrução em 370 bilhões de euros (2 trilhões de reais), o dobro do PIB do país antes da guerra.
A UE ainda não decidiu como financiar um futuro pacote de ajuda macrofinanceira, uma negociação que será das mais relevantes durante a presidência espanhola da UE no segundo semestre do ano, e para o efeito poderão ser utilizadas as margens disponíveis do orçamento plurianual 2021-2027, que será revisto em meados deste ano, os instrumentos do Banco Europeu de Investimento ou a emissão de dívida conjunta, entre outras ferramentas.
Sobre a possibilidade de utilizar os bens estatais russos congelados, como pede Kiev, Valdis Dombrovskis recordou que a Comissão está a avaliar se tal é legalmente possível e as modalidades de aplicação, tendo proposto que os Estados a informem sobre os bens existentes nos respetivos territórios.
"De acordo com o direito internacional, o Estado agressor tem a obrigação de pagar os danos", afirmou.
A ofensiva militar russa lançada em 24 de fevereiro de 2022 na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 430.º dia, 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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