Popularmente conhecida como paralisia infantil ou pólio, a poliomielite tem grandes chances de ser reintroduzida no país devido às baixas coberturas vacinais. A vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença
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Foi em 1989, na Paraíba, que tivemos o último registro de poliomielite no Brasil e, em 1994, a doença foi declarada eliminada no país. Essa conquista só foi possível graças à vacinação em larga escala da população brasileira, mas, infelizmente, existe um grande risco da doença ser reintroduzida devido às baixas coberturas vacinais. O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.
Para marcar o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, que foi celebrado em 24 de outubro, o Dr Franco Martins (CRMSP 138476), pneumologista e gerente médico de vacinas da GSK, explica sobre essa doença altamente contagiosa, que também é conhecida por pólio ou paralisia infantil.
“A poliomielite é causada por um vírus, o poliovírus selvagem, que pode infectar crianças e adultos. Ela pode provocar desde sintomas de um resfriado comum como febre, mal-estar, dor de cabeça, dores no corpo, e até evoluir rapidamente para problemas graves no sistema nervoso, como paralisia muscular irreversível, atingindo principalmente crianças menores de cinco anos de idade. Essa paralisia pode afetar também os músculos responsáveis pela respiração, levando à insuficiência respiratória e até à óbito”, esclarece.
Transmissão
A poliomielite é transmitida, geralmente, através da boca, a partir do contato direto com fezes, água e alimentos contaminadas com o vírus (transmissão via fecal-oral). Por isso, pessoas vivendo em locais com falta de saneamento, más condições habitacionais, e higiene pessoal precária estão mais suscetíveis à doença. Outra forma de transmissão também pode ser pela forma oral-oral, ou seja, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O poliovírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar ao sistema nervoso. Independentemente de desenvolver ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, dando continuidade ao ciclo de transmissão. O vírus da poliomielite é bastante resistente, sobrevivendo durante meses no esgoto.
Segundo o pneumologista, embora ocorra com maior frequência em crianças menores de cinco anos, a poliomielite também ocorre em adultos que não foram imunizados. Por isso, é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como: sempre lavar bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos, beber água tratada e estar com a vacinação em dia.
Prevenção
Segundo o Dr. Franco , embora ocorra com maior frequência em crianças menores de cinco anos, a poliomielite também ocorre em adultos que não foram imunizados. Por isso, é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como: sempre lavar bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos, beber água tratada e estar com a vacinação em dia.
Dentre as medidas preventivas, a vacinação é a principal. No Brasil, a imunização contra a pólio é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também pode ser encontrada na rede privada de vacinação.
“Uma vez instalada, não há mais cura para a paralisia infantil. A criança permanecerá paralítica pelo resto da vida. E ninguém quer que isso aconteça. Por isso, é importante que os pais levem seus filhos para se vacinarem contra a doença. A melhor forma de prevenção é com a vacinação”, reforça o Dr. Franco.
Risco da reintrodução do vírus no país
Como resultado da vacinação, os casos de poliomielite no mundo diminuíram mais de 99% nos últimos anos. Uma boa notícia é que, dos poliovírus selvagens conhecidos, os poliovírus selvagens tipo 2 e tipo 3 foram erradicados do mundo, mas ainda circula no mundo o poliovírus selvagem tipo 1.
O Dr. Franco fala mais sobre: “Apesar de atualmente não termos casos de vírus selvagem no Brasil, uma cobertura vacinal baixa aumenta muito as chances do retorno da circulação da doença ao país, já que o vírus é altamente transmissível. Nos últimos três anos, as coberturas vacinais contra a poliomielite não passaram de 77%, muito longe da meta de 95%. Neste ano, 2023, está em apenas 54%... E isso deixa toda a população vulnerável. Para se ter uma ideia, em 2022, as autoridades do Malawi, na África, declararam um surto de poliovírus selvagem tipo 1, após caso confirmado em uma criança de 3 anos. A cepa do vírus responsável por esse caso está geneticamente relacionada àquela circulante no Paquistão e Afeganistão, únicos dois países onde a pólio continua endêmica.”
Considerando novas evidências científica para proteção contra a pólio, o PNI vai substituir gradualmente, a partir de 2024, a vacina oral atenuada pela versão inativada injetável.
Em casos de dúvidas, consulte o seu médico.
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