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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Sâmia diz que sensação da família é de que 'morte poderia ter sido evitada'

O irmão da parlamentar foi morto durante um ataque a um grupo de médicos no Rio

© Cleia Viana / Câmara dos Deputados

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmou que a sensação da família é de que a morte do irmão Diego Bomfim e dos outros dois médicos poderia ter sido evitada. A declaração, enviada à reportagem do UOL, foi feita após a prisão do miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, nesta terça-feira (31).

Sâmia disse que foi muito doloroso ver a notícia "da prisão tardia de Taillon". "Fica a sensação, ou a ilusão, de que o assassinato de Diego e dos outros médicos poderia ter sido evitada", escreveu a deputada.

Segundo a polícia, Taillon era o alvo de criminosos que atiraram contra quatro médicos, no dia 5 de outubro, na Barra da Tijuca. Entre as vítimas, está o médico Perseu Ribeiro de Almeida, que tinha fisionomia similar à do miliciano. Por isso, a suspeita é de que a execução teria sido cometida por engano.

A deputada federal destacou que a tragédia que acometeu a família "infelizmente não é um fato isolado". "O Rio de Janeiro está em grande parte dominado por milícias, que amedrontam e controlam a vida de milhões de pessoas. Sabemos que a prisão de uma liderança isoladamente não resolve o problema estrutural e generalizado, pois o poder do Estado se confunde com o poder de fogo desses grupos", lamentou.

"As Instituições, que deveriam ser a solução, infelizmente se apresentam como parte do problema. Nada vai trazer nosso querido Diego de volta. Mas é muito importante que o Brasil se livre dessa lógica para que nenhuma outra família passe pelo pesadelo que estamos passando", declarou Sâmia Bomfim.
No dia 24 de outubro, Sâmia anunciou que se licenciou das atividades parlamentares por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado no X (antigo Twitter), Sâmia agradeceu a solidariedade com ela e seus familiares após o assassinato "bárbaro" do irmão.

PRISÃO DE TAILLON

Além de Taillon, a PF também prendeu Dalmir Pereira Barbosa, pai do miliciano. Eles são suspeitos de comandar a milícia de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro.

As prisões foram efetuadas na Barra da Tijuca, onde também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas residências de ambos. Um dos alvos foi preso na Avenida Abelardo Bueno, no momento em que saía de um prédio comercial.

Ele estava acompanhado de três homens armados que faziam a sua segurança: dois policiais militares da ativa e um militar do Exército, também da ativa. Os três foram presos em flagrante, segundo a PF.

A reportagem procurou a Polícia Militar do Rio de Janeiro. A corporação afirmou que não foi "comunicada" oficialmente pela PF sobre a prisão de dois PMs. O Exército também foi procurado, mas não respondeu. O espaço segue aberto para manifestação.

Ricardo Capelli parabenizou a PF pela prisão, em uma publicação nas redes sociais. "Investigação conduzida com inteligência e planejamento, nenhum tiro, nenhum efeito colateral", escreveu.

Taillon ficou detido até março deste ano, quando foi colocado em prisão domiciliar. Ele conseguiu liberdade condicional em setembro. O miliciano havia sido condenado a 8 anos e 4 meses de prisão.

Além de Perseu, foram mortos os também médicos Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza Bomfim, que estavam no quiosque no momento do crime, no dia 5 de outubro. Diego é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

RELEMBRE O CASO

Os médicos foram atacados enquanto confraternizavam em um quiosque. Eles estavam hospedados no Windsor Barra Hotel, onde estava previsto para começar um congresso internacional de ortopedia, do qual eles participariam.
Três homens vestidos de preto chegaram de carro ao quiosque por volta da 1h. Eles estacionaram o veículo do outro lado da rua, desceram do automóvel e efetuaram os disparos. Enquanto os frequentadores do quiosque corriam, os assassinos voltaram para o carro e fugiram, em uma ação que durou menos de um minuto.

O único sobrevivente do ataque foi o médico Daniel Sonnewend Proença. Ele foi transferido para um hospital particular em São Paulo no dia 9 de outubro e vai continuar o tratamento para reabilitação, disse a unidade de saúde em nota. Antes da transferência, Daniel ficou internado no Hospital Samaritano, na zona oeste do Rio.

Em menos de 24 horas após o crime, a polícia encontrou os corpos dos quatro suspeitos de participação nos assassinatos dos profissionais da saúde. Um dos mortos era Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk.

VIA… NOTÍCIAS AO MINUTO    

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