Tarcísio foi questionado se o apoio dele nas eleições do ano que vem dependeria de Bolsonaro
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), indicou nesta terça-feira (19) que não irá contra Jair Bolsonaro (PL) na eleição para 2024, que faz a oposição dos sonhos ao governo Lula (PT) e comparou a si mesmo com um "pinguim de Madagascar".
A declaração foi feita durante evento com balanço de um ano da gestão do governador bolsonarista, no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste da capital paulista).
Tarcísio foi questionado se o apoio dele nas eleições do ano que vem dependeria de Bolsonaro. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) espera apoio do governador, mas o ex-presidente demonstra afastamento dele e sinalizou possível apoio ao deputado federal Ricardo Salles (PL).
A resposta do governador sugere que ele pode não entrar em campanha alguma, para não se opor a Bolsonaro.
"O que vocês podem esperar é que nunca vou me colocar contra o Bolsonaro em decisão nenhuma, não vou me envolver em campanhas eleitorais onde tiver bola dividida, onde tiver candidatos do nosso mesmo campo não faz sentido", disse.
O governador, que definiu que Bolsonaro é o grande líder da direita, afirmou conversar com o governo Lula sobre projetos em comum, mesmo que não haja "alinhamento político ou convergência de ideias". "Obviamente que não, a visão de um governo de esquerda é diferente da de um governo liberal."
Ele não quis comentar declaração do presidente sobre o não comparecimento dele a evento na zona leste. "Eu sou o governador de oposição que todo mundo queria, eu não fico criticando, não fico no Twitter, na rede social, eu trabalho", disse.
Ainda sobre a relação com o bolsonarismo, ele disse que não se incomoda com deputados estaduais bolsonaristas independentes em relação ao governo, por considerar que a maioria das pautas da gestão converge com a desses parlamentares.
Na entrevista coletiva, ele afirmou não estar satisfeito com a situação da segurança e que há o que melhorar. Também defendeu a decisão de aumentar a tarifa de trens e metrô. "Não dá para ficar eternamente sem reajuste, isso é inviável, é impossível", disse.
Antes, Tarcísio fez um discurso citando detalhes da gestão. Logo na abertura de seu discurso, ele comparou a si mesmo a um 'pinguim de Madagascar'.
"No início do ano, fizemos um pacto que eu iria ser o que sempre quis ser, um grande pinguim de Madagascar. Então, o que me cabe, sorrir e acenar. E os secretários trabalham, secretários fazendo o resto", disse, repetindo comparação que já havia feito anteriormente.
Tarcísio fez uma detalhada descrição dos principais programas de cada área, destacando novidades em relação ao que vinha sendo feito no estado.
A um auditório lotado de políticos e membros da gestão, o governador citou alguns problemas antigos no estado, ignorando os que surgiram durante sua gestão.
Um dos pontos, por exemplo, foi a construção do rodoanel Norte, obra marcada por atrasos que foi descrita por Tarcísio como "uma chaga do estado".
Durante o discurso, Tarcísio brincou sobre as marteladas no leilão da concessão do Rodoanel. "Confesso que exagerei nas batidas do martelo, mas é o entusiasmo", brincou.
Na segurança, o governador também prometeu trabalhar pela mudança da legislação do país, com objetivo de combater a reincidência nos criminosos.
Tarcísio tocou no tema da dependência química e definiu como um sucesso o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Apesar da fala do governador, a cidade de São Paulo convive com problemas de segurança causados pela cracolândia itinerante no centro da capital, causando fechamento de comércios.
O governador também citou na saúde a necessidade de fazer "uma grande reorganização na casa", referindo-se à área da saúde e ao legado da pandemia. Nesse caso, ele citou mutirões de cirurgia que vem sendo implantados.
Na educação, área em que a gestão teve episódio da produção de material didático com erros, Tarcísio exaltou projeto de cursos de idiomas para estudantes e a implantação de vestibular seriado para acesso a universidades paulistas.
O governador também prometeu acabar com os conflitos agrários no estado, ao dar títulos de propriedade tanto para assentados da reforma agrária quanto a agricultores de grandes propriedades.
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