Segundo a agência Reuters, citando três pessoas da área de segurança, 33 dos mortos eram do regime sírio e 5, do grupo libanês, que é aliado próximo do Irã.
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BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) - Ao menos 38 pessoas morreram em um bombardeio de Israel na madrugada desta sexta-feira (29) na região de Aleppo, no norte da Síria. O ataque tinha como alvo depósitos de foguetes do grupo fundamentalista libanês Hezbollah no país.
Segundo a agência Reuters, citando três pessoas da área de segurança, 33 dos mortos eram do regime sírio e 5, do grupo libanês, que é aliado próximo do Irã.
Já de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), grupo com sede no Reino Unido e ampla rede de contatos na Síria, o número de óbitos foi de ao menos 42, entre integrantes do Exército sírio e membros do Hezbollah.
A ONG afirma ainda que esta é a ofensiva registrada com maior número de mortos do Exército do regime por um ataque israelense em território sírio. O ministério da Defesa da Síria, por sua vez, afirma que além de militares, civis também estão entre os mortos, sem precisar o número.
O ataque atingiu área próxima do aeroporto de Aleppo. A estrutura aeroviária tem sido alvo da campanha de Israel em sua frente norte, que desde o início do conflito contra o Hamas em Gaza tem visto escaramuças e trocas de ataques aéreos com foguetes e drones principalmente com o Hezbollah, na fronteira com o Líbano. Fábricas em Al-Saferah, a sudeste de Aleppo, também foram alvo, e explosões foram ouvidas em Kafr Joum, a oeste da cidade.
Logo após o início da guerra, por exemplo, ainda em outubro passado, a Síria acusou Israel de atacar aeroportos em Aleppo e na capital, Damasco. Já em fevereiro deste ano, outro ataque na capital, em área residencial, matou duas pessoas e também foi atribuída a Tel Aviv pelo regime.
Paralelamente, as forças armadas de Israel afirmam que mataram Ali Abed Akhsan Naim, vice-comandante da unidade de foguetes do Hezbollah, em um ataque de drone na cidade de Bazouriye, no sul do Líbano, também nesta sexta.
A ditadura de Bashar al-Assad é uma ponte importante entre o grupo libanês e Teerã que assegura território para treinamento, depósito e transporte de armas e recursos entre os aliados, ambos parte do autointitulado "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel no Oriente Médio. Não à toa, o Hezbollah teve papel importante na guerra civil da Síria combatendo ao lado do regime de Assad.
Desde o início do conflito em Gaza, o Hezbollah, em solidariedade ao Hamas, ataca quase diariamente alvos no norte de Israel a partir do sul do Líbano, sua base territorial. Tel Aviv responde com ataques proporcionais, em um estado morno de conflito em que as duas partes evitam maiores escaladas, mas mantêm a ofensiva.
Israel, no entanto, tem amplificado a profundidade e o escopo das respostas. As mais recentes atingiram áreas a mais de 100 quilômetros da fronteira. Há algumas semanas, Tel Aviv anunciou que já havia atacado "quase 4.500 alvos do Hezbollah" no Líbano e na Síria desde o início da guerra em Gaza.
Procurado pela AFP em Jerusalém, o Exército israelense afirmou, como é habitual em casos semelhantes, que não comenta informações divulgadas por meios de comunicação estrangeiros.
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