O pedido de investigação está relacionado a suspeitas sobre a origem dos recursos utilizados pelos apoiadores do influenciador
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 - A campanha do apresentador José Luiz Datena (PSDB) entrou, nesta quarta-feira (11), com ação na Justiça Eleitoral de São Paulo contra doações feitas a Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
O pedido de investigação está relacionado a suspeitas sobre a origem dos recursos utilizados pelos apoiadores do influenciador em doações destinadas à campanha dele.
Conforme revelado pela Folha, uma das maiores doadoras da campanha de Marçal, identificada como Danecleide Claudia da Silva, constava na lista de pessoas que receberam auxílio-aluguel até março de 2022, quando foi selecionada como beneficiária de um conjunto habitacional.
Na atual campanha eleitoral, segundo consta no registro, ela fez um Pix de R$ 25 mil no último dia 27.
As doações dela e de outros apoiadores de Marçal, também no valor de R$ 25 mil, apareciam entre as mais vultosas na página do candidato na Justiça Eleitoral (depois de contribuições como a do bilionário Helio Seibel e do empresário Helvio Paulo Ferro Filho, que doaram R$ 100 mil cada).
As cifras chamam atenção num contexto em que o influenciador já foi alvo de uma operação da Polícia Federal, em julho do ano passado, sob suspeita de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e apropriação indébita nas eleições de 2022, quando foi pré-candidato à Presidência da República e candidato a deputado federal, mas acabou tendo o registro indeferido pela Justiça Eleitoral.
Nota da campanha de Datena afirma que "a partir de dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a ação lista evidências de irregularidades em pelo menos cinco diferentes doações feitas à campanha de Marçal e, com base nelas, pede a cassação do registro da candidatura do candidato e sua inelegibilidade".
Os advogados de Datena afirmam ainda na ação que o perfil de doadores de Marçal registrados mistura pessoas com hipossuficiência financeira e outras com perfil patrimonial duvidoso.
Segundo a apuração da PF, Marçal e um sócio dele fizeram doações à campanha do influenciador e parte desses valores foi remetida às próprias empresas das quais são sócios por meio do aluguel de veículos e aeronaves.
Marçal afirma que não praticou ilícito e que a campanha não foi paga com dinheiro público, mas com doações e recursos próprios. Em relação às doações de 2024, a campanha do candidato foi procurada, mas não se manifestou.
Nesta eleição de 2024, Marçal já havia recebido até o começo do mês R$ 1,28 milhão em doações de pessoas físicas. O valor doado por Danecleide é o quarto maior recebido pelo influenciador. A lei eleitoral determina que doações de pessoas físicas não podem ultrapassar 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição.
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