Foi a décima alta seguida do índice da inflação. Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, o IPCA passou de 4,37% para 4,40%
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O mercado voltou a aumentar as projeções para a inflação nos próximos anos, mesmo já considerando uma taxa Selic média mais alta até o fim de 2025. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda, 23, pelo Banco Central, a mediana das projeções dos analistas para o IPCA de 2024 subiu de 4,35% para 4,37%, aproximando-se ainda mais do teto da meta este ano, de 4,50%.
Foi a décima alta seguida do índice da inflação. Considerando apenas as 97 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, o IPCA passou de 4,37% para 4,40%. Um mês atrás, a estimativa para o índice era de 4,25%. Em seu cenário de referência, o BC espera que o IPCA feche o ano em 4,30%, e desacelere a 3,70% em 2025.
O novo reajuste para cima das estimativas do mercado para a inflação veio um dia antes da divulgação da ata da reunião da semana passada do Copom, que decidiu pela alta de 0,25 ponto porcentual na Selic, sinalizando em seu comunicado - que falou em uma assimetria altista no balanço de riscos para a inflação - a possibilidade de ajustes maiores na taxa nas próximas reuniões. O que levou muito analistas a falarem numa taxa Selic de até 12% em janeiro de 2025.
'Balanço de riscos'
No boletim Focus divulgado ontem, a mediana para a Selic no final de 2024 voltou a subir, passando de 11,25% para 11,50%, confirmando que o mercado já espera pelo menos um aumento de 0,5 ponto porcentual nos juros este ano.
Na última quarta-feira, entre os riscos inflacionários o colegiado citou ainda o hiato do produto, até então considerado estável, agora com um viés positivo. "O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirmou o Copom, no comunicado sobre a decisão.
Assim, a mediana para o IPCA de 2025, que mais se aproxima do horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,95% para 3,97% na edição do Focus divulgada ontem. Considerando apenas as 96 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, essa mediana já passou de 3,97% para 4%.
A estimativa para 2026 também oscilou para cima, de 3,61% para 3,62%, subindo pela segunda semana consecutiva. As expectativas para esses dois anos estão acima do centro da meta, de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Analistas alinham a alta do PIB em 3% para 2024
Analistas do mercado consultados pelo boletim Focus voltaram a aumentar também suas estimativas para o crescimento da economia pela sexta semana seguida. De acordo com o relatório, a mediana das projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu de 2,96% para 3,0%.
A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro, na série com ajuste sazonal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no começo do mês. O número veio acima das projeções do mercado até então, surpreendendo os economistas de bancos e consultorias, que se puseram a rever as suas estimativas para o desempenho da economia brasileira neste ano.
A mediana das expectativas para a expansão do PIB no próximo ano manteve-se em 1,9%, e para 2026 também permaneceu inalterada, em 2,0%.
Câmbio
Pelo Focus, ainda, a mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano manteve-se em R$ 5,40.
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