Lukashenko, que está no poder desde 1994, destacou que uma agressão contra a Bielorrússia resultaria na "Terceira Guerra Mundial", em razão da nova estratégia nuclear da Rússia
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O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, declarou que a Rússia utilizará armas nucleares se a OTAN atacar o território bielorrusso, em conformidade com a nova doutrina nuclear russa.
“Assim que eles nos atacarem, seja a OTAN, os americanos ou os poloneses (...), usaremos armas nucleares. E a Rússia virá em nosso auxílio”, afirmou Lukashenko durante um fórum com estudantes, segundo a agência oficial Belta.
Lukashenko, que está no poder desde 1994, destacou que uma agressão contra a Bielorrússia resultaria na "Terceira Guerra Mundial", em razão da nova estratégia nuclear da Rússia.
"Nós deixamos claro que a linha vermelha é a fronteira. Se cruzarem essa linha, a resposta será imediata. Estamos nos preparando para isso", disse, conforme noticiado pela agência EFE.
Ele também reconheceu que, caso a Rússia recorra ao uso de armas nucleares, a OTAN poderia retaliar de forma semelhante, inclusive com ataques a alvos em território russo. "A Rússia vai usar todo o seu arsenal. Isso significará uma guerra mundial, e o Ocidente não quer isso. Eles não estão preparados para isso", concluiu.
A inclusão da Bielorrússia como parte da doutrina nuclear russa é uma novidade anunciada recentemente pelo presidente Vladimir Putin. De acordo com o novo posicionamento, a Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares em caso de agressão à Rússia ou à Bielorrússia, mesmo que essa agressão envolva o uso de armamento convencional.
Putin reforçou que a Bielorrússia, como membro da União Estatal, está protegida por esse pacto, que foi previamente discutido com Lukashenko. Em meados de 2023, Putin já havia anunciado o envio de armas nucleares táticas ao território bielorrusso como forma de dissuadir o avanço da OTAN.
Em junho, ambos os países realizaram exercícios nucleares táticos perto da fronteira com a Ucrânia. Lukashenko também suspendeu, em maio, a participação da Bielorrússia no Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE), deixando de informar sobre o armamento convencional no país e suspendendo visitas de inspeção.
A Rússia utilizou o território bielorrusso como rota de entrada na Ucrânia nos primeiros dias da invasão, em fevereiro de 2022. Como resultado, o governo ucraniano considera Lukashenko um cúmplice da agressão russa.
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