A região de Ribeirão Preto, no norte do estado, teve a maior concentração de registros de queimada no período
©Paulo Pinto/Agência Brasil |
(FOLHAPRESS) - Incêndios florestais de janeiro a agosto deste ano no estado de São Paulo consumiram 4.300 mil quilômetros quadrados (ou 430 mil hectares), o equivalente a quase três vezes a área da cidade de São Paulo, segundo dados processados pelo Monitor do Fogo, plataforma do MapBiomas.
A região de Ribeirão Preto, no norte do estado, teve a maior concentração de registros de queimada no período.
O município teve 149,2 km² atingidos pelo fogo, o equivalente a um quinto de seu território, e está no topo do ranking da plataforma. Em seguida estão Sertãozinho (138,4 km²), Pitangueiras (129,4 km²), Altinópolis (127 km²) e Cajuru (121,2 km²) -todas próximas a Ribeirão Preto. Apenas 59 dos 645 municípios paulistas não tiveram área queimada registrada pelo MapBiomas até agosto.
A ferramenta faz o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo em todo o país desde 2019, usando mosaicos de imagens de satélite com resolução espacial de 10 metros. Nos registros mensais dentro do mesmo ano só são contadas as novas áreas identificadas -ou seja, mesmo se um local sofreu incêndios duas vezes durante o período, ele só é contabilizado uma vez.
Os registros apontam um salto de 1.163% de área queimada no acumulado de janeiro a agosto deste ano comparado ao mesmo período do ano passado, que reteve 34 mil hectares mapeados.
Mesmo a soma dos registros de anos cheios de 2019 a 2023 chega a 274,5 mil hectares, pouco mais da metade dos 430,4 mil hectares mapeados até agosto deste ano. A plataforma também aponta que o solo queimado com uso agropecuário chegou a 386 mil hectares, aproximadamente 90% do total.
O restante se divide em floresta (30,7 mil hectares), formação natural não florestal (12,8 mil hectares) e área não vegatada (856 hectares). O detalhamento também mostra que 252,7 mil dos hectares queimados eram áreas de cultivo de cana.
Já em relação a focos de incêndio, os registros de setembro, que eram 2.463 até o último domingo (29), devem terminar abaixo da marca de agosto, com 3.612 focos, segundo o BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que monitora os pontos de fogo ativo.
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