Ele revidou vinculando quase todos os adversários ao governador Cláudio Castro (PL), mal avaliado entre os eleitores
©Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo |
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil), alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lembraram delações premiadas da Operação Lava Jato contra Paes e buscaram vincular o prefeito à esquerda.
O deputado Tarcísio Motta (PSOL), por sua vez, criticou a defesa do voto útil feito por políticos de esquerda em defesa de Paes.
A artilharia se deve à liderança isolada de Paes nas pesquisas. Levantamento do Datafolha divulgado nesta quinta mostra o prefeito com 63% das intenções de voto válidos.
O prefeito declarou na maioria das ocasiões responder por suas próprias opiniões e recorreu ao que chamou de sua "história na cidade".
Os ataques começaram no primeiro bloco, quando Amorim questionou Paes sobre o ex-governador Sérgio Cabral e sobre o sogro do prefeito, Paulo Assed, citado em delação premiada do ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, revelado pela Folha de S.Paulo.
"Cabral sumiu da sua vida assim como as vigas da Perimetral", disse Amorim.
O bolsonarista também listou políticos de esquerda que apoiam Paes: o presidente Lula, o deputado Pedro Paulo (PSD), e os ex-deputados Marcelo Freixo (PT) e Alessandro Molon (PSB).
"Quero agradecer o apoio de todas essas pessoas citadas por ele. A gente não pensa igual a todo mundo. Em política, eu respondo pelos meus atos", respondeu Paes.
Foi esse grupo político que suspendeu a Lava Jato. Se fosse hoje a Lava Jato, o senhor [Eduardo Paes] estaria preso. E possivelmente por mimem referência à sua atuação como delegado federal numa das fases da Lava Jato no Rio
O prefeito disse ser aliado de Lula, mas destacou não serem iguais. "Ele é do PT e eu sou do PSD. Mas a gente trabalha junto para trazer melhorias. O estádio do Flamengo é fruto dessas parcerias."
Paes tem evitado associar sua candidatura à esquerda e a Lula para obter o voto de parte dos eleitores de Bolsonaro, que venceu na cidade em 2022.
Ao fazer uma pergunta a Ramagem, o prefeito buscou, como vem fazendo ao longo da campanha, vincular o deputado a Castro, mal avaliado pelos eleitores da capital fluminense. O deputado do PL disse que a gestão estadual do aliado "é medíocre", ressaltou que seu padrinho político é o ex-presidente Bolsonaro e acusou o prefeito de esconder Lula no armário.
"A gestão de Cláudio Castro é medíocre, tem muito o que se fazer. Você esconde o Lula atrás do armário. Ele é um presidente sem povo, que nem faz live. A favor de Hezbollah, Hamas", disse ele.
Em 2018, disputei a eleição contra quatro candidatos: [Wilson] Witzel, [Anthony] Garotinho, Pedro Fernandes e Índio da Costa. Todos diziam que eu ia ser preso. Sabe o que aconteceu? Todos esses 4 foram presos. E eu estou aqui no meu terceiro mandato em referência às delações da Lava Jato em que é citado
Ramagem também resgatou denúncias da Lava Jato contra o prefeito e aproveitou para ressaltar sua atuação como delegado federal numa das fases da investigação no Rio de Janeiro.
"Foi esse grupo político que suspendeu a Lava Jato. Se fosse hoje a Lava Jato, o senhor estaria preso. E possivelmente por mim", disse ele.
O prefeito citou seus adversários nas eleições de 2018, ao governo estadual, e em 2020, à prefeitura, para lembrar ter sido alvo de acusações semelhantes no período por candidatos que, depois.
"Em relação à Lava Jato, tem uma explicação importante. Em 2018, disputei a eleição contra 4 candidatos: [Wilson] Witzel, [Anthony] Garotinho, Pedro Fernandes e Índio da Costa. Todos diziam que eu era sócio, parceiro do Cabral, que eu ia ser preso. Sabe o que aconteceu? Todos esses 4 foram presos. E eu estou aqui no meu terceiro mandato de prefeito. O ex-prefeito também disse que eu seria preso pela Lava Jato e, logo depois, quem acabou sendo preso foi ele", disse o prefeito.
Dos nomes listados, apenas Witzel não foi preso. Ele foi afastado do cargo de governador do Rio de Janeiro sob acusação de corrupção.
Tarcísio Motta e o deputado federal Marcelo Queiroz (PP) buscaram criticar ao longo do debate a defesa pelo voto útil em Paes para encerrar a disputa no primeiro turno.
O candidato do PSOL afirmou que o prefeito e seus aliados trabalham com o medo do bolsonarismo, citando o ex-correligionário Freixo.
"Ele [Freixo] responde de forma diferente a uma mesma pergunta que é legitima: o que devemos fazer [para tirar] essa extrema direita do cenário político? O Marcelo se aliou à direita, ao Eduardo Paes. Esse tipo de proposta é a que eu não aceito. Não abrimos mão das nossas bandeiras, apostando numa lógica de esperança, de mudança real", disse ele.
Já Queiroz se apresentou como o único que "não aguenta mais a disputa entre direita e esquerda, Lula e Bolsonaro". "Sou o único independente."
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