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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Cientistas alertam para nova cepa de superbactéria com risco global

A cepa ST164 faz parte das Acinetobacter baumannii resistentes a carbapenêmicos (Crab, na sigla em inglês), grupo que já é amplamente conhecido por sua resistência a tratamentos convencionais

 ©Pixabay
Pesquisadores estão em alerta para uma nova cepa da superbactéria Acinetobacter baumannii, a ST164, que pode estar se espalhando pela Ásia e representa um sério risco à saúde pública devido à sua elevada resistência a antibióticos. A descoberta da variante ocorreu em 2021, em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital em Hangzhou, na China, e levantou preocupações sobre o potencial de disseminação em ambientes hospitalares.
 

A cepa ST164 faz parte das Acinetobacter baumannii resistentes a carbapenêmicos (Crab, na sigla em inglês), grupo que já é amplamente conhecido por sua resistência a tratamentos convencionais. Acredita-se que as UTIs e transferências de pacientes de outras enfermarias hospitalares sejam fontes potenciais de entrada e multiplicação dessas cepas, facilitando a disseminação da bactéria. A pesquisa foi publicada pela revista Nature Communications em 2 de novembro, trazendo dados preocupantes sobre a resistência e proliferação da ST164.

"Observamos que a cepa ST164 está ganhando espaço nas UTIs e parece estar se espalhando pela Ásia. Sua alta resistência aos antibióticos indica a necessidade de um monitoramento rigoroso”, afirma o professor Alan McNally, da Universidade de Birmingham.

A identificação da ST164 aconteceu durante um estudo conduzido em parceria entre pesquisadores das universidades de Birmingham, na Inglaterra, e Zhejiang, na China, que investigavam o impacto de estratégias de prevenção e controle na contenção da Crab.

Um amplo mapeamento genômico revelou que 80,9% das amostras de A. baumannii em pacientes da UTI em Hangzhou eram Crab, e a nova cepa ST164 correspondia a 40,2% das amostras, demonstrando um crescimento significativo em relação a outras variantes.

A Crab é um risco especialmente elevado para pacientes hospitalizados, podendo causar infecções graves como pneumonia, bacteremia, meningite, infecção urinária e infecções de tecidos moles, sendo altamente perigosa para pessoas internadas em UTIs.

“O sucesso dessa cepa específica nas UTIs e sua forte resistência a antibióticos indicam que a ST164 Crab é uma nova linhagem de alto risco, com potencial de se tornar uma preocupação global”, destacaram os autores da pesquisa.

Para McNally, as medidas de controle e prevenção de infecções devem ser contínuas para evitar a propagação dessa superbactéria em hospitais, além de serem essenciais novos estudos para compreender como essas cepas resistentes evoluem em ambientes hospitalares.

A resistência das superbactérias aos antibióticos representa um desafio crescente para a saúde pública global, dificultando tratamentos e prolongando as infecções dos pacientes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que infecções por bactérias resistentes a antibióticos causam mais de 1 milhão de mortes anualmente. Dentro dessa crise, a Acinetobacter baumannii é considerada uma das três superbactérias mais críticas pela OMS, devido à sua capacidade de resistir aos tratamentos convencionais.

VIA… NOTÍCIAS AO MINUTO

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