diálogo foi captado enquanto Vinícius estava acompanhado de um policial civil, que era seu amigo até então.
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O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, assassinado na sexta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos, havia entregue ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) um áudio onde dois interlocutores discutiam a sua morte por R$ 3 milhões.
Segundo informações reveladas por Josmar Jozino, colunista do UOL, essa gravação, feita por ele mesmo em seu escritório, foi apresentada aos promotores do Gaeco após a homologação de um acordo de delação premiada, ocorrido em abril de 2024. O diálogo foi captado enquanto Vinícius estava acompanhado de um policial civil, que era seu amigo até então.
Na ocasião, o policial recebeu uma ligação de uma pessoa ligada a acionistas de uma empresa de ônibus suspeita de envolvimento com o PCC e investigada na operação Fim da Linha. A chamada foi colocada no viva-voz, permitindo que Vinícius ouvisse a conversa. No áudio, os interlocutores discutem valores, com um dos participantes questionando se "três está bom", numa aparente referência aos R$ 3 milhões que seriam pagos pelo assassinato do empresário. Ao longo da conversa, o homem ainda pergunta ao policial se “o passarinho [Vinícius] estava voando”, ou seja, saindo de casa.
O policial, ao encerrar a ligação, comentou com Vinícius: "Você escutou, você é meu irmão", e questionou o motivo das ameaças contra ele. O agente ainda sugeriu que “pegariam o autor das ameaças e lhe dariam uma lição”. Durante a conversa, o policial aconselhou o empresário sobre como montar sua defesa em relação ao processo em que era acusado de envolvimento nos homicídios de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, em 2021, na zona leste de São Paulo. Ambos eram ligados ao PCC e Cara Preta, em especial, era figura influente no tráfico internacional de drogas.
Vinícius teria mandado matar Cara Preta após um golpe envolvendo R$ 40 milhões que recebeu do narcotraficante para investir em criptomoedas. Quando a fraude foi descoberta, o empresário começou a receber ameaças constantes de morte. O policial que esteve envolvido na gravação acabou preso em outra operação da Polícia Federal, enquanto Vinícius passou a ser ameaçado mais intensamente após a delação premiada.
Além do áudio sobre a ameaça, Vinícius também forneceu ao Gaeco informações sobre o envolvimento de policiais civis em esquemas de corrupção e propinas. Entre os denunciados estão agentes do DHPP, Deic e do 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo), o que ampliou a complexidade e alcance da investigação.
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