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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Perus caem do céu no Alasca: veja como famílias isoladas recebem ajuda

A iniciativa é liderada por Esther Keim, que usa um pequeno avião para lançar os alimentos diretamente às famílias isoladas

© Instagram/alaskagearcompany

No Alasca, onde apenas 20% das áreas são acessíveis por estrada, as tradições do Dia de Ação de Graças recebem um impulso inusitado. Por meio do projeto The Alaska Turkey Bomb, perus congelados são entregues nas regiões mais remotas do estado, garantindo que ninguém fique de fora do feriado. A iniciativa é liderada por Esther Keim, que usa um pequeno avião para lançar os alimentos diretamente às famílias isoladas.

 

Este é o terceiro ano consecutivo em que Esther sobrevoa o centro-sul do Alasca para realizar as entregas. Sua motivação começou anos atrás, quando soube de uma família que, com poucos recursos, planejara dividir um esquilo entre três pessoas no jantar de Ação de Graças. “Eu pensei: ‘Vou lançar-lhes um peru pelo ar’”, relembra Esther, que cresceu em uma zona rural onde presenciava gestos de solidariedade semelhantes.

Atualmente, Esther mora em uma área mais urbana, mas continua se dedicando ao projeto. Neste ano, ela entregará 32 perus a famílias que vivem em cabanas distantes e inacessíveis por estradas. O clima imprevisível atrasou algumas entregas, mas a missão segue em andamento.

Dave e Christine Luce, um casal beneficiado pela iniciativa, compartilham as dificuldades enfrentadas no inverno. Aos 80 anos, Dave explica que viagens de moto de neve para a cidade mais próxima, uma rotina mensal, tornaram-se cada vez mais raras. “A aventura, de certa forma, acabou”, diz ele, grato pela ajuda que o projeto proporciona.

Os perus são comprados com a ajuda de doações, e Esther normalmente adquire 20 de cada vez. Ela organiza as entregas por meio das redes sociais, combinando com as famílias para que estejam presentes no momento em que os alimentos são lançados. “Não jogamos o peru até vermos que eles estão fora da cabana, porque, se não o encontrarem, pode ser complicado na neve profunda”, explica. Uma vez, um peru ficou desaparecido por cinco dias, mas as únicas perdas até agora foram um presunto.

Além dos alimentos, Esther sonha em expandir o alcance da iniciativa. Ela planeja criar uma organização sem fins lucrativos para aumentar as doações e, no futuro, adicionar itens especiais às entregas. “Há tantas crianças nessas aldeias. Seria incrível incluir algo como um bichinho de pelúcia para elas segurarem”, conta.

Veja o vídeo da entrega na galeria.


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