A adulteração teria ocorrido na procuração de Adele, documento necessário para estabelecer a representação legal da cantora na Justiça.
Foto:Reprodução/Facebook Toninho Geraes |
LARA PAIVA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A defesa do músico e compositor Toninho Geraes, que acusa a britânica Adele de plágio pela música "Million Years Ago", protocolou uma queixa-crime nesta segunda-feira (30) pedindo um inquérito policial para apurar uma possível falsificação em documentos apresentados pela cantora, seu produtor, Greg Kurstin, e seus representantes legais.
A adulteração teria ocorrido na procuração de Adele, documento necessário para estabelecer a representação legal da cantora na Justiça.
Em uma audiência para promover a concilição entre os artistas, em dezembro do ano passado, a cantora e o produtor da faixa apontaram uma representação legal, mas a defensora não tinha procuração na ocasião e foi apresentada posteriormente.
Se uma perícia comprovar o documento como falso, os réus podem ser acusados de crimes como falsidade documental e ideológica, uso de documento falso e fraude processual.
Procurada, a Sony Music, uma das gravadoras que representa Adele no Brasil, não se manifestou sobre o novo capítulo do caso. A reportagem tentou também contato com a artista, o produtor e a Universal, mas sem retorno até a publicação deste texto.
Em dezembro, a defesa não apresentou uma proposta de acordo na audiência. Adele não admitiu o suposto plágio e não reconheceria a coautoria de Geraes, que a processou em fevereiro pelas semelhanças entre o hit "Million Years Ago" e "Mulheres", popularizada na voz de Martinho da Vila.
A procuração, apresentada ao final da audiência, havia indícios de adulteração, segundo a queixa-crime dos advogados de Geraes. O documento alega que ela teria sido rasurada à mão, não possuir tradução juramentada e misturar termos em inglês e português.
Além disso, o documento aponta o local de assinatura como falso, pois constaria como São Paulo, enquanto a cantora nunca teria vindo ao Brasil. O advogado também argumenta que a assinatura da cantora na procuração é diferente de referências disponíveis pela internet.
Ainda em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro havia determinado que a música "Million Years Ago" não poderia mais ser reproduzida e comercializada, tanto no Brasil quanto no exterior, sem a autorização do compositor, sob pena de R$ 50 mil. A gravadora entrou com um recurso e a canção segue disponível nas plataformas de streaming.
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