A gravação da câmera do policial Guilherme Augusto Macedo, autor do tiro, fornece detalhes da abordagem. O vídeo integra o material da investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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A gravação da câmera do policial Guilherme Augusto Macedo, autor do tiro, fornece detalhes da abordagem. O vídeo integra o material da investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Eram 2h48 de 20 de novembro quando Acosta bateu a mão no retrovisor do motorista da viatura onde estavam Macedo, no banco do passageiro, e outro policial na direção. Imediatamente Macedo sai do carro e corre em direção a Acosta, apontando a arma contra ele e gritando "Você vai se f..., f... da p.... Deita senão você vai tomar, você vai tomar, deita. Você vai tomar".
O universitário corre até o hotel em que estava hospedado, a poucos metros do local de início da perseguição, mas se depara com o portão fechado. Acuado, ele grita "tira a mão de mim" para os dois policiais, que a essa altura o cercavam.
O primeiro a chegar fora Macedo, que o tempo todo permanece com a arma apontada para o estudante. Quando o outro policial se aproxima, Acosta agarra seu pé e consegue derrubá-lo. Nesse momento, às 2h49, Macedo atira e continua gritando: "Se você se mexer, você vai tomar mais um".
Seguem-se então pedidos de resgate e de reforço, feitos pelos policiais por rádio ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).
O estudante chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento. Aos prantos, o pai do jovem, o médico Julio César Acosta Navarro, encaminhou mensagem ao Estadão com um desabafo: "Estamos em tempos de guerra, de maldade. É o uso da arma de um militar contra a nação, contra um inocente".
O caso gerou uma investigação e, no último dia 3, a Polícia Civil, por meio do DHPP, pediu a prisão preventiva de Macedo. Na ocasião, a defesa do policial disse não haver requisitos característicos de prisão preventiva.
Nesta quarta-feira, 8, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou os dois policiais militares por homicídio qualificado.
De acordo com a denúncia, apresentada pela Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da Capital, houve "evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão" durante a abordagem realizada pelos agentes. O documento aponta ainda que os dois policiais teriam agido por "motivo torpe", em alusão às circunstâncias da ocorrência.
De acordo com a denúncia, apresentada pela Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da Capital, houve "evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão" durante a abordagem realizada pelos agentes. O documento aponta ainda que os dois policiais teriam agido por "motivo torpe", em alusão às circunstâncias da ocorrência.
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